O clima político esquentou nesta sexta-feira (08) durante a agenda do presidente Lula em Rondônia. Representando o governador Marcos Rocha, o vice-governador Sérgio Gonçalves subiu ao palco para defender investimentos no agronegócio e na infraestrutura do estado, mas acabou sendo vaiado pelo público. Pelo menos três vezes, as manifestações se intensificaram, especialmente quando Gonçalves citou políticas públicas voltadas ao desenvolvimento do setor.
Ao encerrar seu discurso, o cenário ficou ainda mais acirrado: parte da plateia passou a gritar “sem anistia”, em referência aos atos de 8 de janeiro e ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar das interrupções, Gonçalves manteve a postura e reforçou que Rondônia “é maior do que qualquer disputa ideológica” e que seu compromisso é “defender o interesse do povo do estado”.
Durante a fala, o vice-governador destacou a importância de obras como a pavimentação da BR-319 e a construção da ferrovia bioceânica, que, segundo ele, seriam fundamentais para destravar a logística e impulsionar o escoamento da produção rural. Ele também pediu mais liberdade econômica para o setor produtivo, citando o agronegócio, a indústria, o comércio e a agricultura familiar como pilares para a geração de renda e desenvolvimento.
Gonçalves aproveitou para criticar a burocracia que, segundo ele, “amarram” o crescimento das pequenas propriedades e cobrou uma reforma tributária que seja justa com estados distantes dos grandes centros. “Somente com um setor empresarial forte nós vamos ter uma verdadeira distribuição de renda e oferecer qualidade de vida à população”, afirmou.
Mesmo diante das vaias, o vice-governador fez questão de dizer que está disposto a trabalhar em parceria com o governo federal. “O nosso lado sempre vai ser o lado de Rondônia, para trazer qualidade de vida e progresso para todos os 52 municípios e para os 1,8 milhão de habitantes do nosso estado”, concluiu.