O Supremo Tribunal Federal (STF) finalizou na segunda-feira, 28 de julho de 2025, a fase de interrogatórios de 31 réus envolvidos nas ações penais relacionadas à trama golpista que ocorreu durante o governo de Jair Bolsonaro. A maior parte dos depoimentos foi coletada ao longo do mês de julho. Com o término desta etapa, a Corte encerra a instrução dos núcleos 1, 2, 3 e 4 da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os indivíduos acusados de tentar reverter o resultado das eleições de 2022.
Últimos Depoimentos e Próximas Etapas
O último interrogatório, realizado na segunda-feira, ouviu os réus do núcleo 3. Este grupo é acusado de planejar ações táticas para efetivar o plano golpista, o que incluía o monitoramento de autoridades como o ministro Alexandre de Moraes e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A partir de agora, os réus do núcleo 3 terão um prazo de cinco dias para apresentar requerimentos complementares ou solicitar novas diligências. Os prazos para os demais núcleos já estão em andamento. Após essa etapa, será aberto um prazo de 15 dias para as alegações finais, tanto da defesa quanto da PGR, que é a responsável pela acusação. As alegações finais são as últimas manifestações das partes antes da proferição da sentença, que decidirá pela condenação ou absolvição dos acusados.
Os réus enfrentam acusações por diversos crimes, incluindo organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado.
Cenário do Ex-Presidente Bolsonaro
O núcleo 1 da denúncia, que tem como réu o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados, é o que está em estágio mais avançado. A PGR já formalizou o pedido de condenação nesse caso. Restam apenas as alegações finais do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e das demais defesas.
A expectativa é que o julgamento que definirá a condenação ou absolvição de Bolsonaro e dos outros réus envolvidos na trama golpista ocorra em setembro. A decisão final caberá à Primeira Turma do STF, composta pelo relator da ação penal, ministro Alexandre de Moraes, e pelos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.