Após sofrer ataques pontuais, de cunho violento contra a mulher, por senadores do Amazonas e de Rondônia, durante uma audiência no Senado, milhares de pessoas saíram às ruas em oito capitais para mostrar apoio à ministra de Estado do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, Marina Silva. Os atos acontecem desde o início dos ataques em 27 de maio.
A manifestação em favor de Silva começou durante o jogo da Seleção Brasileira Feminina de Futebol contra a equipe japonesa. Marina foi ovacionada pelas jogadoras e por torcedores no estádio Neo Química Arena, em São Paulo, na sexta, 30 de maio. Já no domingo (1º), as manifestações em favor de Marina Silva e contra os parlamentares do Amazonas e de Rondônia foram detectadas em oito capitais brasileiras. Em seu Intagram Silva escreveu: “Foi uma grande satisfação participar desse momento com a Seleção Brasileira de Futebol Feminino. Uma alegria receber, junto com a ministra das Mulheres, Márcia Lopes (representada pela secretária-executiva Eutália Barbosa) esse convite da CBF para ver de perto o talento e a garra dessas atletas. Junto com a supercraque Marta, elas venceram por 3 a 1 o jogo amistoso com a forte seleção japonesa”.
No dia 27 de maio, quando participava como convidada da Comissão de Infraestrutura, os senadores Plínio Valério e Omar Aziz, ambos do PSDB-AM, e Marcos Rogério (PL-RO) passaram a proferir ofensas de cunho machista e misógino contra a ministra de Estado do Meio Ambiente, que se viu diante de um fogo cruzado. Plínio Valério disse que “respeitava a mulher, mas não a ministra”. Já o senador Marcos Rogério mandou a ministra respeitá-lo e se “colocar em seu lugar”.
Após as acusações, a ministra disse que não se calaria, pois não era “uma mulher submissa”. Os ataques, que a imprensa classificou como “orquestrados”, não terminaram bem para a imagem dos parlamentares, que passaram a ser atacados por diversos grupos e inclusive colegas no Congresso e nos meios de comunicação. Segundo Marina, Lula ligou para ela e a parabenizou pela postura, explicando que fez o certo ao se retirar da audiência onde era desrespeitada. Apesar das desavenças, os acreanos não gostaram de ver uma conterrânea sendo maltratada. Milhares de apoiadores de Silva no estado vizinho saíram em defesa dela.
De Rondônia, a ativista e coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental – Kanindé, Txai Suruí marcou presença na manifestação que ocorreu em frente ao Masp e percorreu a Avenida Paulista. Além de mostrar respeito a Marina Silva, Walela que estava com o namorado, o também indígena e ativista, Thiago Guarani carregava um cartaz em desfavor do “PL da Devastação”.
Para Txai, o manifesto é uma forma de dizer ao Congresso Nacional que a maioria dos brasileiros está olhando, e muitos, com desagrado, para aquilo que veem sendo feito em Brasília. Ainda segundo a ativista rondoniense, “o momento é de intensa luta contra os desmontes que avançam em desfavor da proteção do meio ambiente, com foco na destruição e devastação da Amazônia. Eles (políticos) estão atacando os direitos dos povos indígenas”.
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