A retirada de Rondônia da primeira leva de lotes da vacina contra a Dengue, distribuídos pelo Governo Federal através do Ministério da Saúde (MS), causou movimentação, nesta semana, entre alguns membros da banca federal de Rondônia. De acordo com o MS, o Brasil chegou a registrar 84 mortes e 524.066 casos prováveis de Dengue.
A Agência Estadual de Vigilância em Saúde de Rondônia (AGEVISA-RO) disse que cerca de 40 municípios no estado estão em surto de dengue em outras 10 cidades (Alto Paraíso; Buritis; Costa Marques; Gov. Jorge Teixeira; Machadinho d’Oeste; Nova União; Porto Velho; Teixeirópolis; Urupá) encontram-se em alerta para a doença.
Mesmo com tal cenário, o Ministério da Saúde não incluiu Rondônia na primeira leva de vacinação. O assunto é motivo de questionamentos por parte de membros da bancada do estado, em Brasília.
A deputada federal, Cristiane Lopes (UB) protocolou junto à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (16), um requerimento cobrando explicações da ministra Nísia Trindade sobre a demora do governo em adquirir a vacina e os motivos pelos quais nenhuma cidade do estado foi incluída nesta fase de distribuição do imunizante.
“Com uma vacina aprovada pela Anvisa desde março de 2023 e o triste recorde de mortes registradas, a população merece respostas concretas e ações efetivas para lidar com essa situação. Saúde é um direito fundamental e não pode ser negligenciada. Compartilhe essa informação e vamos garantir que a saúde da população seja tratada com a seriedade que merece”, informou a deputada.
Já o deputado Coronel Chrisóstomo (PL) criticou a postura do Governo Lula quanto ao número de casos da doença no país. “Negligência com a saúde pública. Apenas neste ano, 75 mortes foram confirmadas pela doença e outras 340 estão em investigação, segundo dados. E a vacina, negligenciada lá atrás pelo presidente barbudinho? Lula mais uma vez fora do Brasil ao invés de cuidar da saúde do Brasil. Irresponsável é este cidadão!”, escreveu.
No mês passado, o Governo Federal informou que as doses serão aplicadas inicialmente em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em 16 estados e no Distrito Federal. No total, 521 cidades. Entre os estados que vão receber as vacinas, dois são vizinhos: Acre e Amazonas.
Segundo o MS, as regiões de saúde selecionadas atendem a três critérios: possuem pelo menos um município de grande porte, ou seja, mais de 100 mil habitantes, com alta transmissão de dengue registrada em 2023 e 2024, e com maior predominância do sorotipo DENV-2.
“Com isso, 16 estados e o Distrito Federal têm municípios que preenchem os requisitos para o início da vacinação a partir de 2024. Serão vacinadas as crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária que concentra maior número de hospitalizações por dengue – 16,4 mil de janeiro de 2019 a novembro de 2023, depois das pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi autorizada pela Anvisa. Esse é um recorte que reúne o maior número de regiões de saúde. O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas”, informou a pasta.