Que o aquecimento global bate à porta, o calor extremo dos últimos dias em todo o país, responde pelo alerta, que os cientistas vinham avisando as autoridades há décadas. Mas as altas temperaturas são apenas o cisco de um problema maior. A terra passa por adaptações e o homem como responsável pelas causas climáticas, tem o dever de ajudar, caso queira ter a sua continuidade preservada.
As ações humanas contra o meio ambiente contribuem para tudo isso. Na semana passada, a ministra de Estado do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do Brasil Marina Silva, deu o ultimato aos brasileiros. “Desmatamento no Brasil é o maior vetor de emissão de (CO2)”. Cerca de 53% das emissões do Brasil, elas vêm do uso da terra”.
O país, segundo estudos do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) aponta 1.038 municípios em situação de vulnerabilidade aos eventos extremos, em todo território. No epicentro desses municípios, existem 40 localidades “altamente vulneráveis a esses eventos extremos. Além daqueles que estão no topo da vulnerabilidade”, informa Silva.
Plano do governo federal vai decretar emergência climática nos 1.038 municípios vulneráveis. O governo federal já tem pronto um (Decreto de Emergência Climática) que deve apresentar para as autoridades em todo o país. Nele, estão os chamados investimentos continuados.
Neste aspecto, Silva aponta erros dos governantes que insistem em deixar as populações nos mesmos locais de tragédias anteriores. “Em alguns lugares, não adianta edificar a casa porque vai acontecer de novo. É preciso fazer a remoção da população. Em alguns casos de municípios, você precisará, inclusive discutir o plano diretor”.
“Não tem mais como adiar o enfrentamento da mudança do clima”. A frase, amplamente replicada por cientistas, agora passa a fazer parte do cotidiano dos governos, caso queiram salvar suas populações das tragédias ambientais que se aproximam. “Essa é uma mensagem muito forte”, explica Marina Silva que complementa o assunto afirmando que “os mais vulneráveis não podem pagar o preço ainda maior por essa transformação que precisa acontecer”.
Países mais desenvolvidos emitiram mais (CO2), tem maior responsabilidade sobre os fenômenos que estão acontecendo no mundo. Em contrapartida, os prejuízos recaem sobre aqueles que não emitiram tanto. Marina Silva, fala em compensações. “O Brasil é altamente vulnerável, principalmente do ponto de vista econômico”.
Acordo de Paris vive de promessas
Desde Copenhague, já existia o compromisso que seriam alocados por ano cerca de cem bilhões para ajudar a fazer a mudança nos países em desenvolvimento. O Brasil por ser uma nação de renda alta, resolveu que não iria esperar pelo dinheiro para fazer o dever de casa, mas trabalha com a cobrança.
O mundo, não atua para conseguir os bilhões necessários, mas investe trilhões para continuar com o modelo de ‘desenvolvimento’ que a Terra não suporta mais. “Um estudo feito a pedido do Reino Unido, mostra a incoerência de não conseguir alocar cem milhões de dólares para enfrentar essa catástrofe toda que compromete a própria continuidade da vida no planeta, mas ele diz o seguinte: enquanto não consegue os cem bilhões, nós estamos investindo cerca de 4 a 6 trilhões de dólares por ano no velho modelo que agrava o problema”.
“Não tem como mais agravar o problema”.
Marina Silva explica que não tem como mais agravar o problema, e que o Brasil vai enfrentar a todo custo o desmatamento. “O próximo passo é investir numa matriz enérgica 100% limpa com a biomassa, do vento, sol e água”.
Bolsonaro: “uma das piores coisas que poderia ter acontecido ao Brasil”.
Governo Bolsonaro paralisou o Fundo Amazônia e aumentou o desmatamento. Dos 20 bilhões captados pelo Brasil para a proteção da Floresta Amazônica e seus povos, país ainda contabiliza a perda de 1 bilhão.