O senador Confúcio Moura (MDB) recebeu uma notícia que deve preocupar o sistema de Saúde do Estado bem como das secretarias do interior. Em postagem realizada no seu blog, neste domingo (17), Moura foi alertado que pode faltar o soro antiofídico na cidade de Ariquemes e consecutivamente nas outras cidades de Rondônia.
“Anderson da Motopan, de Ariquemes, me passou um “zap” para que eu tome providências, junto ao Ministério da Saúde, que está faltando soro antiofídico na cidade e no Estado. E cobra é o que não falta na Amazônia. Havia recebido outras denúncias. Alguma coisa deve estar engastalhada na indústria. Porque sempre o Instituto Butantã deu conta do recado”, escreveu Confúcio.
O News Rondônia tentou, até a publicação dessa reportagem, contato com a Secretaria de Saúde para saber da veracidade da informação, se existe estoque de soro antiofídico e caso esteja em realmente em baixa que medidas vão adotar para contornar a situação, mas não conseguimos êxito.
Nos últimos anos foram registrados no Brasil cerca de 140 mil acidentes por animais peçonhentos, dentre serpentes, aranhas, escorpiões, lagartas, abelhas e outros animais em menor proporção. Em Rondônia, no ano de 2017, 67 casos foram registrados nos hospitais do estado.
No entanto, é importante lembrar que segundo dados do Ministério da Saúde, a Amazônia corresponde a 35% dos números de acidentes com ofídicos no país. Ou seja, a cada ano, 30 mil brasileiros são vítimas de picadas de cobras, 10,5 mil só na Região Amazônica.
No Brasil, o soro antiofídico é disponibilizado pelo Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde que compra de três laboratórios: Fundação Ezequiel Diaz, Vital Brazil e o mais conhecido – O Instituto Butantan – que é responsável por 50% do número de vacinas ofertadas pelo MS.
Saiba como é feito o Soro Antiofídico
Segundo o Instituto Butantã, o veneno é extraído da cobra, liofilizado (transformado em pó) e armazenado até o momento da imunização no cavalo. Em seguida, o veneno é diluído (antígeno) e aplicado no cavalo, o que induz a produção de anticorpos. Após um tempo, o sangue é retirado do cavalo e o plasma, rico em anticorpos, é separado do sangue. Logo após, o plasma é purificado em processo industrial para produzir o soro ou antiveneno. Por fim, o soro líquido é um composto rico em anticorpos de cavalo contra o veneno da cobra. Também pode ser apresentado na forma liofilizada (em pó).
O Instituto lembra que cada tipo de cobra tem seu próprio veneno. Logo, são necessários soros distintos ou combinações para tratar os envenenamentos.