O estado do Rio de Janeiro registrou aumento nos números relacionados à violência doméstica em 2025, segundo dados do Observatório Judicial de Violência contra a Mulher, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).
Entre janeiro e novembro, foram 68.743 sentenças envolvendo violência contra a mulher, alta de 6,57% em relação ao mesmo período de 2024. O TJ realizou 33.562 audiências sobre violência de gênero, aumento de 4%, e foram efetuadas 4.771 prisões de agressores, contra 4.578 no ano anterior. Os processos novos sobre violência doméstica cresceram de 69.597 em 2024 para 71.762 em 2025.
Os feminicídios apresentaram leve queda, com 93 casos neste ano, contra 100 em 2024. Março foi o mês com maior número de mortes, registrando 14 ocorrências, coincidindo com o Dia Internacional da Mulher. Foram concedidas 30.934 medidas protetivas de urgência em todo o estado.
O TJRJ destaca que os indicadores refletem o fortalecimento de políticas de enfrentamento à violência contra a mulher e a ampliação de estruturas especializadas no atendimento às vítimas. Entre as iniciativas estão os grupos de trabalho Enfrentamento à Violência Obstétrica e Mulheres Negras e Interseccionalidades, que atuam integrados com instituições de Justiça, saúde, educação e sociedade civil.
Segundo a desembargadora Adriana Ramos de Mello, coordenadora estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Coem), o GT- Violência Obstétrica busca informar as mulheres e garantir partos livres de violência, promovendo o debate sobre parto humanizado.
O GT- Mulheres Negras e Interseccionalidades atua com base em dados que indicam maior vulnerabilidade dessas mulheres à violência doméstica, violência obstétrica e assédio, integrando rede de atendimento e sociedade civil.
O levantamento também evidenciou impacto da violência sobre crianças e adolescentes: 58 mulheres vítimas e seus filhos menores foram encaminhados a abrigos como medida emergencial. A Central Judiciária de Abrigamento Provisório da Mulher Vítima de Violência Doméstica (Cejuvida) realizou 7.740 atendimentos, oferecendo suporte integrado ao Plantão Judiciário, garantindo encaminhamento rápido e seguro às casas abrigo.
A iniciativa reforça a articulação entre Judiciário, segurança pública e rede de proteção social, visando proteção imediata e preservação da vida de mulheres e crianças vítimas de violência.












































