Um homem de 18 anos foi preso nesta semana após ser acusado de coagir meninas a praticarem automutilação. O pedido de prisão veio da Justiça de São Paulo, mas Luiz F. S. foi detido em Agrolândia, no interior de Santa Catarina, onde os policiais apreenderam um computador e um celular que o rapaz usava para ameaçar meninas de 12 anos no Discord.
Os vídeos encontrados nos dispositivos do criminoso mostravam que as vítimas eram obrigadas a reproduzir símbolos como a suástica na própria pele. Além disso, havia imagens das crianças em posições de cunho sexual e até mesmo com o nome do delegado-geral de São Paulo, Artur Dian, e da delegada Lisandrea Salvariego, chefe do Núcleo de Observação e Análise Digital, marcados no corpo com navalhas. As jovens eram usadas para ameaçar e zombar dos oficiais.
De acordo com a investigação, o criminoso não atua sozinho e a polícia suspeita que ele faça parte de um grupo maior. As autoridades afirmam que o suspeito iniciava contato com as vítimas por meio de plataformas de namoro virtual e jogos online. Ele então conquistava a confiança das meninas, pedia que elas enviassem fotos íntimas e as ameaçava, coagindo-as a se automutilar para evitar a divulgação das imagens.
No celular do suspeito foram encontrados dezenas de contatos de meninas, e o computador continha vídeos de menores de idade se cortando. A polícia estima que pelo menos 30 crianças tenham sido vítimas da ação criminosa.
Apesar da gravidade, casos semelhantes não são inéditos no Brasil. Em junho de 2024, Pedro R. C. da R., conhecido como “King”, foi condenado pela Justiça do Rio de Janeiro por crimes de associação criminosa, estupro qualificado e coletivo, estupro de vulnerável e corrupção de menores. Assim como Luiz F. S., ele utilizava o Discord para incentivar crianças e adolescentes a cometer crimes.
“King” era o criador e administrador do principal servidor do Discord investigado pela polícia. Ele chantageava e constrangia meninas a se tornarem escravas sexuais dos líderes do grupo, que cometiam e transmitiam estupros virtuais ao vivo.
De acordo com a investigação da Polícia Civil do Rio, entre agosto de 2021 e março de 2023, o criminoso vendia ingressos para transmissões dos crimes. Em uma das chamadas ao vivo, um menor de idade foi obrigado a cortar o próprio braço.
O servidor possuía temporizador de mensagens, que apagava os conteúdos após três ou quatro horas. Apesar de permitir práticas como racismo, pornografia e cyberbullying, havia proibição de apologia ao nazismo por receio de sanções à plataforma. O criminoso foi condenado a 24 anos e sete meses de prisão.
O Núcleo de Observação e Análise Digital (Noad) segue apurando informações e monitorando atividades criminosas na plataforma. O Discord afirmou colaborar com as autoridades e declarou ter conduzido investigação interna sobre os casos denunciados.
CLIQUE AQUI para ver a matéria de inspiração!










































