Fazer piadas sobre bombas em aeroportos é uma atitude que pode custar caro. Mesmo que dita em tom de brincadeira, qualquer menção à existência de explosivos em bagagens é levada a sério pelas autoridades e pode resultar em prisão em flagrante, conforme reforçou a Polícia Federal (PF).
O alerta voltou à tona após o caso de uma passageira presa no Aeroporto Internacional de Brasília, no último fim de semana, por afirmar que carregava uma bomba em sua bolsa durante o check-in. Segundo a PF, ela foi indiciada por expor a perigo aeronave ou praticar ato capaz de dificultar a navegação aérea, crime previsto no artigo 261 do Código Penal Brasileiro.
A passageira e uma acompanhante foram conduzidas à delegacia da PF após inspeção de segurança que não encontrou nenhum artefato explosivo. Apesar disso, o protocolo foi totalmente acionado.
Declarações geram paralisações e evacuações
De acordo com a delegada Raquel Gallinati, diretora da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol), qualquer fala sobre bomba obriga a adoção de medidas de emergência.
“Toda menção a ameaça explosiva é tratada como potencialmente real até prova em contrário”, afirmou.
Essas medidas incluem interrupção de procedimentos, evacuação de áreas, varreduras e até suspensão de voos — ações que seguem protocolos nacionais e internacionais de segurança aeroportuária.
A especialista destaca que, mesmo sem intenção de causar dano, o simples ato de verbalizar uma ameaça é suficiente para configurar crime.
“Não há espaço para interpretações dúbias nesses ambientes. A segurança coletiva está em primeiro lugar”, explicou Gallinati.
Pena e consequências legais
O artigo 261 do Código Penal Brasileiro prevê pena de dois a cinco anos de reclusão e multa para quem cometer ato que coloque em risco a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo.
Além do processo criminal, a pessoa detida também pode responder administrativamente, sendo impedida de embarcar e ficando sujeita a restrições futuras de viagem.









































