A Polícia Militar (PM) de Vilhena viveu uma situação inusitada na manhã de ontem (29 de setembro). Enquanto registrava a ocorrência do corpo de um profissional de saúde encontrado em sua quitinete no bairro Jardim Eldorado, a guarnição descobriu um esquema ilegal ao lado do imóvel.
Em um terreno vizinho, os policiais notaram uma estrutura completa e equipada para a realização de brigas de galo. O espaço contava com uma área circular de combate, arquibancadas para espectadores e plataforma para os duelos.
No local, a polícia encontrou pelo menos 14 galos de briga da raça “Índio Moura”. Os animais eram mantidos em condições de maus-tratos, sem água e ração, presos em gaiolas e com ferimentos visíveis. A criação desses animais para combate é tipificada como crime ambiental.
Ainda na rinha clandestina em Vilhena, foram apreendidos diversos materiais usados na preparação das aves, como gaiolas, tesouras, esporas e fitas crepes. Uma adolescente no local alegou que os galos pertenciam ao seu pai, mas garantiu que os embates violentos não estavam mais sendo realizados.
Ao entrar na residência, os policiais se depararam com outra situação grave. Duas crianças foram encontradas dormindo sozinhas. Questionadas sobre os pais, as meninas relataram que eles haviam saído, deixando-as desacompanhadas.
O abandono de incapaz foi caracterizado e o Conselho Tutelar foi imediatamente acionado para acompanhar as crianças. A Polícia Ambiental também foi chamada, e uma médica veterinária avaliou as condições dos galos resgatados. No momento em que os animais eram removidos em uma viatura, a mãe das crianças retornou à residência e recebeu voz de prisão, sendo encaminhada à Unisp.