O agora ex-sargento da Polícia Militar do Acre, Erisson de M. N., conhecido no estado acreano por manter um relacionamento com duas esposas, foi absolvido da condenação pela morte de um adolescente de 13 anos, ocorrida em 2017. Em uma segunda tentativa para inocentá-lo do episódio, a defesa de Erisson conseguiu que a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) anulasse a condenação, da qual o ex-militar fora condenado em 2024 a regime semiaberto.
Na época da realização do julgamento, as provas contra Nery foram aceitas, inclusive a de que ele teria atirado no adolescente. O jovem, segundo o inquérito policial, invadiu a casa do militar para furtar, o que ocasionou os disparos. O policial alegou legítima defesa.
Já durante o julgamento, as provas apresentadas pela promotoria foram apontadas como irregulares, a saber: fotos e imagens. O problema é que o material não havia sido incluído no inquérito, e o juiz impediu o uso delas. Para a defesa, essa arbitrariedade teria influenciado a decisão dos desembargadores, que, por maioria de votos, acatou o recurso. A anulação desta sentença não inviabiliza a acusação do ex-policial pelo crime, que volta a ser julgado em data a ser definida pelo Tribunal do Júri do Acre.
No dia 28 de novembro de 2021, Erisson atirou quatro vezes contra o estudante de medicina de Rondônia, Flávio Endres de Jesus Ferreira. O fato ocorreu em Epitaciolândia, município do Acre, na divisa com a Bolívia, em um bar com diversas pessoas próximas.
Na época, Endres ficou entre a vida e a morte, passou por diversas cirurgias no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco e conseguiu sobreviver. Também na época, a redação do News Rondônia acompanhou o caso, informando que a investida do sargento contra o estudante, segundo testemunhas e veículos de imprensa, aconteceu após a mulher dele, também policial militar, Alda R., ter acusado o estudante de assediá-la.
Segundo o inquérito policial, ela afirmou ter sentido medo quando o rondoniense a apalpou, mas imagens de câmeras de segurança do local provaram o contrário. A policial foi confrontada pelo juiz Clóvis L., que solicitou que a polícia investigasse sua conduta, pois deveria ter dado voz de prisão ao agressor, que, no caso, é o esposo.