Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, prestou o primeiro depoimento à Justiça no último dia 11 de abril. Apontado como chefe do tráfico na Rocinha, ele afirmou que é alvo de uma "tremenda injustiça" e negou fazer parte do tráfico de drogas no morro.
O jornal Extra teve acesso à íntegra do depoimento, que foi feito por videoconferência no Presídio de Porto Velho (RO), com a juíza Alessandra de Araújo Bilac Moreira Pinto.
Rogério afirmou que não conhece Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, apontado como seu rival na guerra pelo controle da favela. Rogério disse ainda que trabalhava até 2016 como motoboy na cidade mineira de Governador Valadares, onde nasceu. "Isso é uma tremenda injustiça, nunca fui ‘frente’ (chefe). Trabalhava, excelência, em bicos, não com carteira assinada. Em Governador Valladares, eu era motoboy, excelência", afirmou.
Ele responde atualmente por oito processos, em um deles, é acusado de receber, durante os anos de 2013 e 2014, ordens de Nem, que estava preso em Catanduvas na época. A investigação da Polícia Federal aponta que a responsável por repassar as ordens para Rogério era Danúbia Rangel, mulher de Nem.
Ao ser questionado se tem alguma amizade com Nem e Danúbia, Rogério nega: "Não tenho amizade com ninguém. Só vi a Danúbia de passeio".