O Ministério Público de Rondônia (MPRO) obteve a condenação de treze indivíduos envolvidos na Operação Little Red Box, deflagrada em janeiro de 2025. A decisão foi proferida pela 1ª Vara de Delitos de Tóxicos de Porto Velho no dia 19 de dezembro de 2025 e reconheceu a prática do crime de organização criminosa.
A atuação do MPRO ocorreu por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), em conjunto com a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em Rondônia (FICCO/RO). As investigações tiveram início após a análise de dados extraídos de um aparelho celular apreendido em maio de 2024, que revelou a existência de uma célula estruturada da facção Comando Vermelho na região da Ponta do Abunã, abrangendo os distritos de Jaci Paraná, União Bandeirantes e Nova Mutum.
As apurações apontaram uma estrutura hierárquica bem definida, com divisão clara de funções, incluindo lideranças identificadas como níveis N1 e N2, além de cargos como Tesouraria, Porta-Voz, Caixa Central, Conselho de Missão e Cadastreira. Também foram identificados diversos “donos de biqueira”, responsáveis por pontos de venda de drogas, que pagavam taxas mensais à facção para manter suas atividades.
A materialidade do crime ficou comprovada pela estabilidade e permanência da organização, que atuou de forma contínua entre 2023 e 2025. Segundo a sentença, havia um sistema metódico de arrecadação conhecido como “caixinha” mensal, além da chamada “taxa de camisa”, valores utilizados para financiar atividades criminosas como tráfico de drogas, porte ilegal de armas e tentativas de homicídio.
Dos condenados, cinco eram considerados lideranças locais, exercendo funções estratégicas de comando, gestão financeira e expansão territorial da facção. Os outros oito atuavam diretamente na base operacional, administrando bocas de fumo e aderindo voluntariamente às regras impostas pela organização criminosa.
A Justiça manteve as prisões preventivas dos réus, negando o direito de recorrer em liberdade. A decisão considerou a gravidade concreta dos crimes, o poder bélico da organização e o domínio territorial exercido pelo grupo no tráfico de drogas.
Também foi determinada a perda de dinheiro, armas, celulares e outros materiais apreendidos, que serão revertidos ao Fundo Nacional Antidrogas (FUNAD), conforme prevê a legislação.
Com a condenação, o MPRO reforça o compromisso institucional com o combate à criminalidade organizada, a preservação da ordem pública e a responsabilização penal de envolvidos em estruturas criminosas que impactam diretamente a segurança e a vida da população.










































