OBSERVAÇÃO
Em meio a críticas, reações exaltadas e acusações cruzadas, um ponto central precisa ser reafirmado com clareza:
OBSERVAÇÃO 2
Silvio Santos jamais se confundiu com preferências políticas, nunca se deixou capturar por governos ou partidos e sempre conduziu seus negócios e sua comunicação com isenção, prudência e absoluto respeito ao público.
HERDEIRA
A carta aberta assinada por Daniela Abravanel Beyruti, presidente do SBT, é firme, serena e coerente com a trajetória histórica da emissora.
ÉTICA
Ao destacar que o SBT foi reconhecido nos últimos anos como o jornalismo de maior confiança e credibilidade segundo pesquisas do Instituto Reuters, Daniela não apenas defende um projeto novo, mas reafirma princípios antigos — princípios que nasceram com Silvio Santos e atravessaram décadas.
SEM POLÍTICA
Silvio nunca foi um homem de palanque. Nunca se viu o comunicador usando o microfone para promover este ou aquele político, tampouco colocando sua emissora a serviço de ideologias.
LIBERAL
Ao contrário: sempre abriu espaço ao contraditório, sempre tratou autoridades como autoridades — independentemente do partido — e sempre separou com rigor entretenimento, informação e opinião.
COERÊNCIA
Sua genialidade estava justamente em entender que televisão é concessão pública e que o respeito ao espectador vem antes de qualquer alinhamento político.
INSTITUCIONAL
É nesse contexto que se insere o lançamento do SBT News. Convidar representantes dos três Poderes da República para um evento institucional não significa adesão política, mas respeito às instituições democráticas.
PLURALIDADE
Estavam presentes nomes do Executivo, do Judiciário e do Legislativo, de diferentes espectros ideológicos.
PLURALIDADE 2
A pluralidade do convite desmonta, por si só, qualquer acusação de partidarização.
IGNORÂNCIA
As críticas feitas pelo cantor Zezé Di Camargo, ao sugerir que a presença do presidente Lula e de ministros do STF representaria uma “prostituição” da emissora, extrapolam o campo do debate legítimo e entram no terreno da agressão simbólica.
IGNORÂNCIA 2
Ao direcionar o ataque especialmente às filhas de Silvio Santos — mulheres que hoje ocupam, por mérito e preparo, posições de comando — o episódio acabou por ganhar outra dimensão.
RESPOSTA
A reação da primeira-dama Janja, ao classificar as declarações como misóginas, trouxe à tona um problema recorrente no Brasil: a dificuldade de aceitar mulheres no exercício do poder sem que sejam alvo de desqualificação pessoal.
DIREITO
Discordar de escolhas editoriais é legítimo. Questionar rumos empresariais também.
GROSSERIA
O que não se pode admitir é a tentativa de deslegitimar um projeto antes mesmo que ele seja apresentado ao público, muito menos associar decisões institucionais a traições morais ou ideológicas.
NÃO AJUDA EM NADA
Isso não contribui para o debate, apenas aprofunda a divisão. O sertanejo em questão sabe muito bem disso, mas parecido ter optado pelo extremismo.
RESPOSTA
A carta da presidente do SBT é clara ao afirmar que o SBT News nasce com o compromisso de não ter partido, não ter lado, não ter viés, e de oferecer ao público os fatos para que cada cidadão forme sua própria opinião.
REMÉDIO CONTRA O ÓDIO
Em tempos de algoritmos que alimentam ódio, de bolhas que reforçam certezas e de narrativas que substituem a realidade, essa proposta soa quase subversiva — e talvez seja exatamente por isso que incomoda tanto.
ENTENDIMENTO
Defender a isenção do SBT não é defender um governo, um artista ou uma família empresarial. É defender um princípio que Silvio Santos sempre cultivou: o respeito ao público e à inteligência do brasileiro.
SEM CONSISTÊNCIA
Julgar o SBT News antes de assisti-lo diz mais sobre a ansiedade política do país do que sobre o conteúdo que a emissora pretende entregar.
LEGADO
Silvio Santos partiu, mas deixou um legado inequívoco: a comunicação como espaço de encontro, não de guerra; de informação, não de militância; de pluralidade, não de exclusão.
MEMÓRIA
Honrar esse legado é exatamente o que suas filhas afirmam estar fazendo. Cabe agora ao público fazer o que sempre fez com o SBT: assistir, avaliar e decidir por si mesmo.
OPINIÃO
Zezé Di Camargo construiu uma trajetória incontestável na música brasileira. Voz marcante, repertório popular, presença constante na memória afetiva de milhões de brasileiros.
OPINIÃO 2
É nesse território — o da música — que reside sua legitimidade, seu talento e seu prestígio.
OPINIÃO 3
Fora dele, especialmente quando decide transformar redes sociais em trincheira ideológica, o cantor parece caminhar por um terreno para o qual não demonstra preparo, nem compreensão mínima das complexidades envolvidas.
OPINIÃO 4
Não há qualquer problema em artistas terem opiniões políticas. Isso é legítimo, democrático e saudável.
OPINIÃO 5
O problema começa quando a manifestação deixa de ser opinião e passa a assumir contornos de militância rasa, alinhada a uma sigla ou campo ideológico, sem profundidade, sem lastro argumentativo e, sobretudo, sem noção das consequências simbólicas desse posicionamento.
OPINIÃO 6
Ao se lançar como militante político nas redes, Zezé Di Camargo ignora um dado elementar: sua base de admiradores é plural.
OPINIÃO 7
Há, sim, entre seus fãs, eleitores simpáticos ao presidente Lula, à esquerda e a visões de mundo completamente distintas das que ele passou a vocalizar.
OPINIÃO 8
E isso nunca foi um problema — porque música não exige alinhamento ideológico, exige emoção, identificação e talento. Misturar essas esferas de forma tão descuidada é, no mínimo, ilógico.
OPINIÃO 9
O cantor não ganha relevância política por ser famoso, assim como não perde talento musical por ter opinião. Mas coloca em risco um patrimônio construído ao longo de décadas quando parece confundir notoriedade artística com autoridade política.
OPINIÃO 10
São campos diferentes, com exigências diferentes. Um exige sensibilidade musical; o outro, preparo, estudo, responsabilidade e compreensão histórica. Não basta “achar”. Não basta repetir slogans ou aderir a narrativas simplificadas.
OPINIÃO 11
Ao tentar atuar em um campo onde não demonstra domínio, Zezé Di Camargo não fortalece nenhuma causa — apenas expõe fragilidades. E pior: cria um ruído desnecessário com um público que sempre o admirou justamente por aquilo que ele sabe fazer bem.
OPINIÃO 12
O palco é um lugar de encontro; o palanque, de divisão. Confundir os dois não é coragem, é descuido. Talvez fosse mais sensato — e mais justo com sua própria história — que Zezé se preocupasse em fazer o que sempre fez com excelência: cantar.
OPINIÃO 13
A música brasileira ganha mais quando seus artistas respeitam os limites do próprio talento do que quando tentam ocupar espaços para os quais não se prepararam.
OPINIÃO 14
Em tempos de polarização extrema, preservar a arte como território comum talvez seja um gesto mais responsável do que transformar likes em militância improvisada.
FRASE
Ser artista é entender que a arte une onde a ideologia divide.











































