A dor da perda consome o irmão de Tomás Calera, campesino desaparecido há quatro dias após ser arrastado pelas águas do rio Piraí. Em meio a um cenário desolador de galhos e troncos amontoados, resquícios da baixa das águas, considerada uma das piores já registradas neste rio histórico no estado vizinho do estado de Santa Cruz, na Bolívia, familiares e amigos da comunidade persistem em buscas que se mostram cada vez mais difíceis. Faltam especialistas. Emocionado, o irmão clama pelo corpo: “quero encontrá-lo para que tenha pelo menos uma sepultura. Se não o encontramos, nossa consciência nunca ficará livre”.
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A esperança da família, neste momento, é encontrar o corpo de Tómas e proporcionar-lhe um enterro digno, em reconhecimento à sua luta pela terra onde passou quase toda a vida. Um morador da região, em entrevista ao canal de notícias EL Deber 24 horas, descreve o clima. “Estamos todos tristes, procurando nosso familiar, colaborando, ajudando nas margens do rio Piraí. Aqui, na comunidade, todos nos conhecemos, sempre jogamos futebol juntos. Ontem (terça), por volta das 16 horas, encontramos um corpo, e à noite, outro. É um trabalho exaustivo, pois as buscas são feitas apenas com as mãos, sem botas, sem equipamento nenhum”.

Devido às fortes chuvas que têm assolado Santa Cruz, o governo Autônomo declarou o estado em situação de desastre. Pelo menos cinco municípios foram diretamente afetados pelo transbordamento do rio Piraí, que já causou a morte de 21 pessoas, segundo dados oficiais. Informações indicam que cerca de trinta pessoas permanecem desaparecidas. Deisy Duran, repórter do El Deber, descreveu a situação.

“Nem um mês se passou desde a tragédia em Achira e a natureza voltou a golpear Santa Cruz com força. O transbordamento do rio Piraí, de seus afluentes e de diversos riachos semeou luto, dor e destruição em pelo menos cinco municípios. Até o momento, o número de mortos chega a 21 e há cerca de trinta pessoas desaparecidas”.
No último domingo (14), a Governadoria de Santa Cruz declarou situação de desastre departamental por meio do Decreto Departamental nº 512, em resposta aos severos impactos causados pelas intensas chuvas, como cheias, inundações, desmoronamentos e deslizamentos de terra que afetam diversas comunidades em todo o departamento. Com informações de El Deber.






































