O programa Giro News, exibido pela News TV, plataforma de WebTV do portal News Rondônia, abriu mais uma semana de entrevistas discutindo saúde com linguagem acessível e foco na informação de qualidade. Com oferecimento da internet Brasil Digital, que garante conexão estável, e da Água Mineral MinaLinda, o apresentador recebeu a anestesiologista e médica da dor Dra Helen para falar sobre um tema que faz parte da rotina de milhões de brasileiros: a dor crônica.
Logo no início, o Giro News reforçou a proposta de levar conteúdo do agro ao gospel, do turismo aos negócios, em uma grade variada que pode ser acompanhada ao vivo ou gravada em qualquer lugar do país, com destaque para o público de Rondônia. O apresentador lembrou ainda a parceria com o instituto federal, que disponibiliza aulas gratuitas pela internet, reforçando o compromisso do News Rondônia com educação e formação continuada.
Dentro desse cenário de serviço à população, a conversa com Dra Helen jogou luz sobre um assunto muitas vezes banalizado no dia a dia. Com mais de duas décadas de experiência, atuação em anestesiologia, medicina da dor, docência universitária e participação em conselhos profissionais, ela resumiu o recado principal em uma frase direta: “dor não é normal”.
A especialista explicou que existem dois grandes grupos iniciais de dor. A dor aguda é aquela que aparece de forma súbita, como em uma torção durante o futebol ou em um infarto. Ela surge de maneira intensa, exige atenção imediata e quase nunca é ignorada, porque assusta e leva o paciente a procurar ajuda. Já a dor crônica costuma chegar devagar: uma dor de cabeça que vai e volta, incômodos nas costas que persistem por semanas, uma articulação que incomoda ao levantar da cama. Quando o desconforto se prolonga por mais de três meses, interfere no sono, na vida social, na capacidade de trabalhar e de praticar atividades simples, deixa de ser “coisa da idade” e passa a ser um sinal claro de alerta.
Dra Helen também diferenciou a dor muscular da dor neuropática, aquela que atinge diretamente os nervos. A primeira costuma surgir após esforço físico, entorses ou distensões e é descrita como peso, fisgada ou sensação de corpo “moído”. Já a dor de nervo lembra um choque, como quando alguém bate o cotovelo e sente formigamento imediato. Enxaquecas, dores de dente intensas e neuralgia do trigêmeo, considerada uma das piores dores do mundo, entram nesse segundo grupo.
Um ponto central da entrevista foi a crítica à cultura da automedicação, principalmente com anti-inflamatórios e corticoides. Segundo a médica, muitas pessoas se acostumaram a “resolver tudo” com comprimidos comprados no balcão da farmácia, indicados por familiares ou amigos. Esses medicamentos, embora tragam alívio rápido, podem causar sérios danos ao estômago, rins, visão e pressão arterial quando usados de forma repetida e sem acompanhamento. Além disso, o uso abusivo de analgésicos simples, como a dipirona, pode desregular os mecanismos de percepção da dor, fazendo com que o organismo passe a sentir mais dor em vez de menos.
A especialista ressaltou que o ideal é que todo paciente tenha um médico de referência, alguém de confiança para discutir exames, tirar dúvidas e acompanhar o tratamento de forma contínua. Ela lembrou que a relação médico-paciente é uma via de mão dupla: não adianta receber a prescrição correta se a pessoa não segue as orientações, não muda hábitos de vida e insiste em manter comportamentos que pioram o quadro, como alimentação inadequada, sedentarismo e sono irregular.
Sobre os tratamentos modernos para dor crônica, Dra Helen destacou os procedimentos minimamente invasivos, conhecidos como bloqueios anestésicos ou técnicas de neuromodulação. Guiadas por ultrassom, essas intervenções utilizam agulhas finas e radiofrequência para modular os nervos responsáveis pela transmissão da dor em regiões como ombro, joelho, quadril, coluna cervical e lombar. Em muitos casos, os resultados são expressivos, com melhora de até 80% ou 90% dos sintomas, diminuindo a necessidade de remédios contínuos. Ela reforçou, porém, que essas técnicas não substituem cirurgias quando elas são realmente indicadas, mas ajudam a controlar a dor antes ou depois dos procedimentos cirúrgicos.
A médica abordou ainda doenças específicas, como a fibromialgia, frequentemente subestimada e tratada com preconceito. Ela lembrou que se trata de uma condição reconhecida, marcada por dor generalizada e fadiga, na qual o cérebro passa a interpretar estímulos comuns como dolorosos. Para a especialista, dizer ao paciente que “é frescura” ou que “não tem nada” apenas agrava o sofrimento físico e emocional.
Outro tema em destaque foi o uso terapêutico do canabidiol, derivado da planta cannabis, que tem mostrado bons resultados em dores neuropáticas e em quadros de fibromialgia, desde que prescrito e acompanhado por médico. Dra Helen explicou que esse tipo de tratamento é diferente do uso recreativo da maconha e que a discussão sobre regulamentação do plantio para fins medicinais deve ganhar força nos próximos anos.
Durante a conversa, o apresentador também citou um caso recente de erro de medicação em Manaus, envolvendo o uso equivocado de adrenalina em uma criança. A médica classificou o episódio como uma tragédia que expõe a fragilidade de sistemas de saúde sobrecarregados e reforçou a necessidade de protocolos rigorosos, equipe treinada e responsabilidade compartilhada entre médicos, farmacêuticos e demais profissionais.
Ao final do programa, Dra Helen retomou a mensagem central. Para ela, aceitar a dor crônica como parte da vida é abrir mão de qualidade de vida, trabalho, lazer e relações afetivas. Com avaliação adequada, mudanças de hábitos, tratamentos medicamentosos bem indicados e, quando necessário, procedimentos minimamente invasivos, é possível reprogramar o corpo e desaprender a sentir dor.
O Giro News encerrou convidando o público a acompanhar a programação da News TV e reforçando o acesso gratuito aos conteúdos educativos oferecidos em parceria com instituições de ensino. Entre orientações, exemplos práticos e bom humor, a entrevista deixou um recado claro para quem vive com dor todos os dias: a dor existe, mas sofrer não precisa fazer parte do roteiro.











































