A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, foi palco de intensos protestos. Indígenas se manifestaram na Zona Azul nesta sexta-feira (21), cobrando a demarcação de terras e defendendo os direitos dos Guarani Kaiowá.
Os manifestantes protestaram também contra a mineração promovida por empresas do Canadá. Eles pediram a saída dessas companhias de territórios indígenas e a revogação do Decreto nº 12.600/2025, que prevê a privatização de empreendimentos hidroviários em rios da Amazônia.
Reivindicações e Marchas
A COP30 recebeu inúmeras manifestações populares, reunindo cerca de 50 mil pessoas, incluindo indígenas, quilombolas, ribeirinhos e agricultores. O foco central das reivindicações foi a maior participação dos povos tradicionais nos espaços de decisão climática.
Em um ato anterior, indígenas Munduruku chegaram a entrar na Zona Azul. Eles reivindicavam o fim da privatização de empreendimentos no Rio Tapajós e criticavam a construção da Ferrogrão, que impacta suas terras e modo de vida.
Posteriormente, lideranças Munduruku foram recebidas pelo presidente da COP30, André Corrêa do Lago. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, prometeu consulta prévia aos povos sobre o projeto de hidrovia no Tapajós.
Cúpula dos Povos e Outros Atos
Em paralelo à conferência, a Cúpula dos Povos reuniu cerca de 20 mil pessoas de 1,3 mil movimentos sociais. Na abertura, uma barqueata levou cerca de 5 mil pessoas às águas da Baía do Guajará, clamando por justiça social e climática.
Integrantes da Cúpula criticaram a ausência de maior participação popular na COP30. A Declaração Final do evento classificou como “falsas soluções” as medidas apresentadas para o enfrentamento da emergência climática.
A maior mobilização foi a Marcha Mundial pelo Clima, que ocupou as ruas de Belém no sábado (15), com cerca de 70 mil pessoas. Povos indígenas de toda a América do Sul integraram a marcha para pedir o respeito a seus direitos e a demarcação de territórios tradicionais.
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