Nesta quarta-feira (19), o Dia de Gênero na COP30 colocou em evidência a agenda que relaciona clima e igualdade, reunindo milhares de vozes femininas nos corredores da conferência.
A ministra da Mulher, Márcia Lopes, foi enfática ao afirmar que “só é possível haver justiça climática se houver justiça de gênero”. Ela citou dados e a ciência para ressaltar que as mulheres, especialmente as negras e as de determinados territórios, são as mais atingidas pelas consequências das mudanças climáticas, sofrendo com:
Falta de água;
Insegurança alimentar;
Pobreza do tempo;
Perda de renda;
Aumento da violência durante desastres.
Apesar de serem o grupo mais desfavorecido, Márcia Lopes destacou que as mulheres são as guardiãs das soluções, cuidando das sementes, da água, das hortas e preservando saberes ancestrais. Estudos mostram que, quando as mulheres participam da gestão ambiental, os resultados podem ser sete vezes mais eficazes.
Necessidade de Metas Específicas e Financiamento
Ana Carolina Querino, representante da ONU Mulheres no Brasil, reforçou a importância de criar soluções específicas, e não universais, já que os efeitos climáticos se concretizam de forma diferenciada na vida das mulheres.
A representante da ONU citou dados alarmantes: mais de 250 milhões de mulheres podem ser empurradas para uma situação de pobreza e insegurança alimentar devido às mudanças climáticas, contra 130 milhões de homens.
Além dos impactos econômicos e sociais, a sobrecarga de cuidados aumenta para as mulheres:
“O aquecimento, o aumento das temperaturas, leva a situações onde as pessoas que precisam de cuidados, como as pessoas com deficiência, os idosos, acabam sofrendo mais, e aí gerando uma carga de cuidados aumentado para as mulheres, como as principais responsáveis.”
Ana Carolina defendeu que a construção das ações climáticas deve incluir metas desagregadas por gênero e compromissos que garantam o poder de agência, a liderança e, crucialmente, o financiamento para as mulheres.
O Dia de Gênero nas COPs complementa o Programa de Trabalho de Lima sobre Gênero (PTGL), prorrogado na COP29 para promover o equilíbrio e integrar o tema na Convenção do Clima.











































