O Buião é o sorriso de felicidade do seringal que gera seu rebento e o acolhe em seus braços, ouvindo o mais poético concerto dos palcos florestais. Com seu inefável fogo e fumaça, soprados no processo de defumação da borracha natural, surge a famosa péla, fabricada para a venda e sustento do lar beiradeiro.
O Buião recebe o leite da alma da mata, que escorre das veias abertas da seringueira e é, de forma divinal, retirado da tigela para, em seguida, ser defumado no espaço de ação do tapiri.
O seringueiro, com seu sapato de seringa, percorre os varadouros e, por entre as estradas de sua colocação, é iluminado pela luz noturna de sua inseparável poronga.
O seringueiro possui uma sagrada devoção pela mãe da seringueira. Os seres mitológicos estão atrelados aos modos de vida da comunidade ribeirinha. Eles fazem parte de um mundo vivido, sustentado na poética estetizante do imaginário coletivo.
Segundo o escritor João de Jesus Paes Loureiro, a criação mitológica do homem ribeirinho “é uma contemplação que estabelece o equilíbrio de limite e grandeza do homem com a natureza”.








































