Uma pesquisa é considerada participante, segundo Carlos Brandão, quando parte da realidade concreta da vida cotidiana dos próprios participantes, individuais e coletivos, em suas diferentes dimensões e interações.
No nosso caso específico, essa pesquisa se torna uma vivência não apenas no sentido do convívio com os atores sociais, mas também no esforço indispensável de buscar conhecê-los em seu ser. É importante ressaltar, como afirma Pedro Demo, que a relação entre sujeito e objeto é dialética. Portanto, o sujeito pesquisado não é visto como objeto, mas como parceiro da mesma jornada e do mesmo sofrimento.
O autor esclarece ainda que:
“A comunidade é, no fundo, o sujeito mais autêntico, aparecendo o pesquisador como figura de orientação, motivação, avaliação e planejamento. Uma politicidade do conhecimento dos atores e da própria realidade que aflora com toda força, tornando-se possível fazer a hora, sem esperar acontecer”.
O ente pesquisado mantém uma relação profundamente impregnada à floresta e às águas, onde a terra se torna seu mais sagrado espaço de vivência humana. Assim, concordamos com Eric Dardel ao afirmar que:
“Em sua conduta e em sua vida cotidiana, em sua sabedoria lacônica carregada de experiências, o homem manifesta que crê na terra, que confia nela e que conta absolutamente com ela”.
Pertencer à comunidade enquanto pesquisador nos coloca também na necessidade de estar presente, de nos colocarmos diante do ente pesquisado na busca do seu ser, tendo a oportunidade de nos atrelar ao seu mundo vivido. Um mundo, um lugar, uma casa e um lar órfão de mãe e de filhos que partiram para outra dimensão da vida.







































