O programa Giro News, exibido pela grade da Newstv e do portal News Rondônia, dedicou uma edição inteira para falar de saúde, movimento e qualidade de vida com o ortopedista e cirurgião de joelho Dr. Guilherme Figueiredo Pintan. Com linguagem simples e direta, o médico explicou por que cuidar bem das articulações não é luxo, é necessidade, principalmente em uma cidade quente como Porto Velho, onde o clima favorece a prática de atividades físicas, mas o sedentarismo ainda é uma realidade preocupante.
Formado em ortopedia desde 2007, com residência e subespecialização em joelho no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, Dr. Guilherme destacou sua ligação com a região. Filho do também ortopedista Dr. Roberto Pintan e parceiro de longa data da Dra. Valdirene Rivas, ele reforçou o orgulho de atuar em Porto Velho e de fazer parte de uma equipe que une experiência, técnica e acolhimento humano no atendimento aos pacientes.
O “paciente Chat GPT” e os riscos da autodiagnose
Logo no início da entrevista, o apresentador trouxe uma questão cada vez mais comum: o chamado “paciente Chat GPT”. São aqueles que chegam ao consultório já munidos de laudos, pesquisas na internet e interpretações prontas feitas por ferramentas digitais.
Dr. Guilherme explicou que a tecnologia pode ajudar a tirar dúvidas, mas não substitui a avaliação médica. Em alguns casos, o paciente chega assustado, acreditando ter um problema gravíssimo, quando na verdade o exame mostra algo de menor relevância. Em outros, o risco é o contrário, quando a ferramenta “minimiza” um quadro mais sério. Por isso, o ortopedista reforçou que exames e laudos precisam ser interpretados dentro da realidade clínica de cada pessoa, por um profissional capacitado.
As lesões de joelho mais comuns no consultório
Quando o assunto é joelho, duas situações aparecem com frequência na rotina do especialista. No consultório, o campeão de queixas são os processos inflamatórios, como entesopatias e tendinites, que podem afetar tanto pessoas sedentárias como praticantes de atividade física.
Já entre as lesões cirúrgicas, o grande destaque é a ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA), muito associada ao futebol e a esportes rotacionais que exigem mudanças bruscas de direção. Segundo o médico, esportes de contato, movimentos mal executados e falta de preparo físico adequado aumentam consideravelmente o risco de lesões ligamentares, meniscais e de cartilagem.
Sedentarismo, “jogador de fim de semana” e bomba relógio
Um dos pontos mais fortes da entrevista foi a relação entre sedentarismo e lesões. Dr. Guilherme classificou o sedentarismo como um verdadeiro fator de risco, não só para o joelho, mas também para a coluna, coração e todo o organismo.
Ele citou o exemplo clássico do “jogador de fim de semana”, que passa a semana em má alimentação, pouca movimentação e excesso de açúcar, e no sábado decide reproduzir na pelada o que viu na televisão. Sem fortalecimento muscular e sem preparo cardiorrespiratório, o resultado pode ser uma lesão de LCA, um problema de coluna ou até complicações cardíacas.
Para o ortopedista, não basta “começar a correr do nada”. É preciso construir musculatura, respeitar limites, aquecer corretamente e, de preferência, contar com acompanhamento profissional de educadores físicos e fisioterapeutas.
Quando é hora de procurar um ortopedista
“Viver com dor não é normal”, enfatizou Dr. Guilherme ao explicar os sinais de alerta. Entre os principais sintomas que indicam que é hora de buscar ajuda estão:
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Dor ao levantar após ficar muito tempo sentado
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Desconforto ao descer escadas
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Despertar noturno por dor no joelho
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Limitação nas atividades do dia a dia por medo ou por dor
Se a pessoa deixa de fazer algo que gosta, ou evita movimentos porque sabe que vai sentir dor, já passou da hora de procurar um especialista.
Idade, genética e eixo mecânico do joelho
A idade influencia, mas não é o único fator. O médico destacou que há idosos correndo no espaço alternativo com ótima performance, enquanto jovens de 15 anos mal conseguem completar uma volta no quarteirão. A diferença está em histórico de atividade física, genética e, principalmente, comportamento ao longo da vida.
Ele explicou o conceito de eixo mecânico, comparando o corpo a um carro desalinhado. Pessoas com joelho varo, conhecido como “cambota”, ou joelho valgo, em que um joelho se aproxima do outro, podem sobrecarregar determinadas áreas da articulação, o que aumenta o desgaste e a dor com o passar dos anos. Identificar esse perfil e ajustar o tratamento faz toda a diferença no resultado a longo prazo.
Fortalecimento como principal forma de prevenção
Questionado sobre uma forma simples de prevenir lesões, Dr. Guilherme foi direto: fortalecimento sempre. Não existe solução mágica para quem passa a vida sentado. É necessário construir força, estabilidade e mobilidade, seja com musculação, pilates, treinos funcionais, esportes ou outras modalidades adaptadas à realidade e ao gosto de cada pessoa.
O médico defende que o tratamento seja pensado de forma individualizada, respeitando aquilo que o paciente gosta de fazer. Proibir completamente uma atividade raramente funciona, já que muitos acabam voltando ao esporte sem preparo. Por isso, ele prefere orientar, ajustar e negociar caminhos seguros para manter o movimento e reduzir riscos.
Cirurgias, reabilitação e o papel indispensável da fisioterapia
Especialista em cirurgia de joelho, Dr. Guilherme ressaltou que muitas intervenções hoje são feitas por via artroscópica, com cortes menores e menos agressivos. Mesmo assim, o sucesso de uma cirurgia depende diretamente da reabilitação.
Ele lembrou que já se liberou retorno ao esporte com seis meses após reconstrução de LCA, mas estudos mais recentes mostram que voltar antes de um ano aumenta muito o risco de nova ruptura, passando de 90 por cento em alguns perfis de pacientes apressados.
Nesse contexto, a fisioterapia moderna é indispensável. Não se trata apenas de “choquinho” e gelo, e sim de fortalecimento, ganho de mobilidade, equilíbrio e retomada gradual da função. O médico reforçou a importância de escolher bem o fisioterapeuta, manter disciplina nas sessões e entender que médico, fisioterapeuta e educador físico formam um time em benefício do paciente.
Prótese de joelho, tecnologia e robótica
Outro tema abordado foi o uso de próteses. Segundo Dr. Guilherme, elas estão se tornando mais comuns porque as pessoas vivem mais e desejam envelhecer com qualidade de vida, caminhando, viajando e convivendo com a família sem dor constante. A evolução dos materiais e das técnicas cirúrgicas também ajudou a diminuir o medo da população em relação ao procedimento.
Ele comentou ainda o avanço da robótica na ortopedia, já presente em grandes centros e utilizada principalmente em cirurgias de prótese de joelho. A tecnologia permite cortes mais precisos e ajustes milimétricos, embora ainda não seja realidade em Porto Velho por questões de custo e cobertura de planos de saúde.
Equilíbrio entre prevenção, tratamento e qualidade de vida
Ao final da entrevista, Dr. Guilherme deixou uma mensagem de autocuidado. Planejar a semana, inserir atividade física na rotina, buscar orientação profissional e não ignorar a dor são atitudes essenciais para manter a saúde das articulações.
Ele agradeceu à família, à equipe da clínica COF, aos colegas de trabalho como a Dra. Valdirene Rivas e ao pai, Dr. Roberto, além dos profissionais do Hospital das Clínicas, reforçando que Porto Velho conta com especialistas de alto nível, preparados para atender quem busca viver mais e melhor, com joelhos fortes e em movimento.







































