O programa Comunidade News recebeu o professor e advogado Mário Jonas para uma conversa ampla sobre direitos humanos, participação social e os desafios atuais enfrentados pelo Conselho Estadual de Direitos Humanos de Rondônia. A entrevista trouxe esclarecimentos importantes para a população que muitas vezes desconhece a existência do órgão, suas atribuições e o impacto direto que ele pode ter na garantia da dignidade humana.
Logo no início do bate-papo, Mário destacou que sua atuação no Conselho é uma representação da Arquidiocese de Porto Velho. Para ele, o papel de cada conselheiro deve ser guiado pelo serviço e pelo compromisso com a sociedade. Durante os quase dois anos em que integra o colegiado, o professor avaliou que o Conselho teve uma atuação discreta, ainda distante da visibilidade e da utilidade que deveria oferecer ao cidadão rondoniense.
Entre os pontos positivos, ele citou a construção coletiva que permitiu a realização da 4ª Assembleia de Direitos Humanos de Rondônia, um processo que envolveu conferências municipais, estaduais e espaços de participação autônoma. Mário explicou que essas etapas são fundamentais para que o Estado contribua com a 13ª Conferência Nacional de Direitos Humanos, prevista na agenda nacional.
Apesar disso, o professor reforçou que o maior desafio do Conselho é ser visto. Segundo ele, grande parte da população nem sabe que o órgão existe. A falta de comunicação direta com a sociedade e a ausência de canais de atendimento como telefone, e-mail ou central específica dificultam o acesso do cidadão que deseja apresentar denúncias, reclamações ou representações.
Ele exemplificou com situações graves e cotidianas, como as condições precárias do Hospital João Paulo II. Para Mário, esse tipo de demanda é pauta direta dos direitos humanos, pois envolve dignidade, atendimento adequado e condições mínimas de cuidado. Segundo ele, o Conselho precisa estar presente nesses espaços e atuar ativamente em defesa do cidadão, fiscalizando e cobrando providências.
O professor também destacou que qualquer pessoa pode levar reclamações à Casa dos Conselhos, localizada na Avenida Presidente Dutra com a Rua Duque de Caxias, no centro de Porto Velho. Lá, servidores da Secretaria de Assistência Social registram e encaminham representações, que podem ser de caráter individual ou coletivo. Contudo, ele reforçou que a atuação do Conselho só será efetiva quando houver planejamento, estruturação interna e construção de um Plano Estadual de Direitos Humanos.
A entrevista avançou para temas ambientais e a COP 30, evento global sediado em Belém. Mário fez uma reflexão ampla sobre meio ambiente e dignidade humana. Para ele, preservar a Amazônia é preservar a existência humana, já que os impactos climáticos não são futuros, mas já fazem parte da realidade do país. Ele relembrou enchentes no Rio Grande do Sul, tornados recentes e o desmatamento contínuo como evidências de que o planeta caminha para um ponto crítico.
O professor analisou ainda o papel das instituições, especialmente Igreja e academia, na formação de consciência ambiental e social. Segundo ele, a Igreja Católica é pioneira na defesa da vida e da natureza, citando romarias, campanhas da fraternidade e manifestações públicas como movimentos essenciais para sensibilizar a sociedade. Na visão de Mário, universidades públicas também desempenham papel fundamental ao produzir ciência e tecnologia que ajudam a pensar soluções para o futuro.
Ao encerrar o programa, Mário Jonas reforçou sua gratidão pelo espaço e lembrou que debates como esse são fundamentais para aproximar a população de seus direitos. O apresentador agradeceu a participação e destacou o compromisso do Comunidade News em continuar promovendo diálogos que fortalecem cidadania, justiça social e defesa da vida.








































