O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o português António Guterres, deu o tom da abertura da Cúpula do Clima em Belém ao enfatizar a necessidade urgente de mobilização de recursos financeiros. O objetivo é promover a transição energética e alcançar as metas climáticas estabelecidas no Acordo de Paris.
Guterres afirmou que o momento atual não é mais de negociação, mas sim de implementação dos compromissos assumidos nas últimas décadas.
Meta de US$ 1,3 trilhão em financiamento
O chefe da ONU destacou a urgência de garantir financiamento para países em desenvolvimento. “Precisamos demonstrar um caminho claro para podermos chegar a US$ 1,3 trilhão em financiamento climático a países em desenvolvimento, até 2035, conforme decidido na COP de Baku”, afirmou. “Não é mais tempo de negociar, estamos na hora de implementar, implementar e implementar.”
Em resposta a esse desafio, as presidências da COP29, do Azerbaijão, e da COP30, do Brasil, anunciaram o Mapa do Caminho Baku-Belém. Este plano estratégico visa levantar o mínimo de US$ 1,3 trilhão por ano em financiamento climático pelos próximos dez anos, prevendo mecanismos tributários e financeiros para alocar os recursos.
Críticas aos combustíveis fósseis
Guterres lembrou que, no ano passado, os investimentos em energias renováveis superaram em US$ 800 milhões o valor destinado a combustíveis fósseis, como petróleo e carvão. No entanto, ele criticou os lobbies do segmento, que é o maior responsável pela emissão de gases poluentes que aquecem o planeta.
“Os combustíveis fósseis ainda levam muitos subsídios dos contribuintes, muitas empresas e corporações estão lucrando cada vez mais com a devastação ambiental”, observou António Guterres. Ele defendeu a superação de barreiras estruturais para que os países em desenvolvimento possam cumprir suas NDCs (metas de redução de emissões).
A Cúpula do Clima em Belém, que antecede a COP30, busca reunir líderes para dar peso político às negociações globais. O evento reúne dezenas de chefes de Estado e de governo até esta sexta-feira, 7 de novembro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também discursou na abertura, defendendo a superação dos combustíveis fósseis.











































