A ativista brasileira Clara Charf, viúva de Carlos Marighella, morreu nesta segunda-feira (3 de novembro de 2025), aos 100 anos, de causas naturais. Ela estava hospitalizada em São Paulo havia alguns dias e foi intubada, conforme comunicado emitido pela Associação Mulheres Pela Paz.
Clara Charf era fundadora e presidenta da Associação e, para a organização, “deixa um legado de lutas pelos direitos humanos e equidade de gênero”. A nota oficial ainda a descreveu como uma “vida com tamanha luminosidade que fica gravada em todas e todos que tiveram o enorme privilégio de aprender com ela”.
Trajetória de luta e exílio
Nascida em Maceió, Alagoas, filha de judeus russos que fugiram da Europa, Clara Charf começou a participar ativamente da vida política do país aos 16 anos. Ela se filiou ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1946 e se casou com Marighella em 1947.
Durante a ditadura militar, o casal foi perseguido. Após a morte de seu marido, assassinado pelo regime em 1969, Clara foi forçada ao exílio, inicialmente em Cuba. Ela passou dez anos fora do Brasil, retornando apenas em 1979, com a Lei da Anistia.
De volta ao país, a ativista focou sua atuação na luta pelos direitos das mulheres, pela liberdade e por uma sociedade mais justa. Em 1982, chegou a se candidatar a deputada estadual pelo Partido dos Trabalhadores, recebendo cerca de 20 mil votos.
Em 2005, Clara Charf passou a coordenar no Brasil o movimento Mulheres pela Paz ao Redor do Mundo, que visava promover a indicação coletiva de mil mulheres ao Prêmio Nobel da Paz de 2005.




































