As pessoas que foram mortas durante a Operação Contenção deverão ser identificadas até este final de semana. A informação foi divulgada pelo secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos.
O secretário informou que foi montada uma força-tarefa no Instituto Médico Legal (IML) para dar conta da alta demanda. Segundo ele, 100 corpos já foram identificados, mas os nomes não foram divulgados.
Processo de identificação
Victor Santos explicou que o processo de identificação segue ritos complexos.
“No IML, foi montada uma força-tarefa para fazer a identificação. Existem processos de identificação: identificação da própria parente, que reconhece a vítima, a pessoa morta; tem o processo da dactiloscopia; e os mais complexos, de DNA e outros tantos. Então, não é fácil, não é rápido, mas a gente acredita que até o final de semana, dentro dessa rotina, a gente consiga fazer a identificação de todos”, afirmou Santos.
O secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, acrescentou que muitos dos mortos são de outros estados. Isso faz com que a identificação leve mais tempo. “A gente tem que falar com a polícia técnica desses estados correspondentes, para obter mais dados e ter a identificação precisa desses corpos”, explicou Curi.
Questionado sobre a divulgação dos nomes dos mortos já identificados, Curi disse que a lista “será divulgada no momento oportuno”.
Foco do crime organizado
A Operação Contenção, realizada nesta terça-feira (28), contou com um efetivo de 2,5 mil policiais e é considerada a maior e mais letal realizada no estado nos últimos 15 anos. O estado reconhece 121 mortos, sendo quatro deles policiais.
Embora o principal alvo, Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, não tenha sido preso, Victor Santos considerou a operação um sucesso devido à prisão de 113 pessoas. O secretário destacou a apreensão de HDs que podem auxiliar nas investigações sobre lavagem de dinheiro.
O secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, reconheceu que o tráfico de drogas não é mais a principal fonte de financiamento do crime organizado.
“A droga hoje é cerca de 10 a 15% do faturamento das facções. Ela enxergou que o território é sinônimo de receita, de dinheiro, exploração econômica desse território. Justamente explorando tudo que tem no interior dele: internet, gás, energia elétrica, água, construções irregulares, extorsão de comerciantes no interior de comunidade, de moradores e etc. Então, é isso que o Comando Vermelho quer”, disse Curi.
Segundo pesquisa do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF), o Comando Vermelho é a única facção a expandir seu controle territorial de 2022 para 2023, sendo responsável por 51,9% das áreas controladas por criminosos no Grande Rio.
 
         
         
         
        








































