A morte em vida se entrelaça à fome e à miséria humana, deixando rastros de sangue na estrada malevolente que cerceia os direitos constitucionais do estado democrático de direito.
A miserabilidade social avança desenfreada aos pés do capital exacerbado, enquanto as minorias étnico-raciais marginalizadas e demais classes sociais subalternas são hostilizadas pelo poder hegemônico em ascensão. Para o filósofo e escritor francês Michael Foucault:
“O poder opera de modo difuso, capilar, espalhando-se por uma rede social que inclui instituições diversas como a família, a escola, o hospital, a clínica. Ele é, por assim dizer, um conjunto de relações de força multilaterais”.
A aversão repugnante ao outro gera sentimentos de conflito e insegurança social, provocando nas relações sociais uma espécie de ruptura entre o homem e o status quo vigente em todo o mundo. Um mundo que para Achille Mbembe é um mundo de intenção obviamente utópica. Desde a sua origem, o “movimento”, ou mais precisamente “a ausência de fronteiras”, tem sido central para várias tradições utópicas. O próprio conceito de utopia refere-se ao que não tem fronteiras, a começar pela imaginação em si.
O ego opróbrio e narcísico do homem, afugenta e hostiliza os valores ontológicos do ato de ser, ao tempo em que procura asfixiar a liberdade de expressão como direito fundamental das sociedades democráticas.
O artigo 1º da DUDH reza que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”. Um papel recheado e munido de grandes teorias, onde o cenário da prática da existência esbarra no patíbulo dos inocentes e na necropolítica dos pobres.









































