O filósofo Aristóteles nos diz que a política é a ciência que busca o bem comum e a felicidade coletiva dos cidadãos, sendo inseparável da ética, que visa a felicidade individual. No nosso caso específico, a política está imbricada na república federativa. Para o filósofo romano, Cícero, a república é coisa pública. Segundo ele:
“É a coisa do povo, e por povo, deve-se entender, não um agrupamento de homens como um rebanho, mas uma assembleia numerosa de homens associados uns aos outros por sua adesão a uma mesma lei e por uma certa comunidade de interesses”.
O mundo atual sobrevive entre o pânico e o medo, onde o terror afugenta os homens, e a violência triunfa matando os pobres, numa sociedade fadada à ruina, ao ódio e a insegurança. Segundo a filósofa brasileira, Marilena Chauí:
“Para haver paz, segurança, bem-estar e prosperidade, é preciso um ordenamento institucional que obrigue os que administram a república, quer movidos pela razão quer pela paixão, a não agir de forma desleal ou contrária ao interesse comum”.
Quando a república deixa de ser coisa pública e quando o estado democrático de direito entra em desregramento, surge por entre os renegados de uma sociedade vulnerável, o nocivo e avassalador mal da corrupção. Para Marilena Chauí, a corrupção nasce da má qualidade das instituições públicas, incapazes de garantir a segurança dos cidadãos ao permitir que alguns particulares se apresentem como o direito para tomar as leis em suas próprias mãos e coloca-las à serviço de seus próprios interesses.
A humanidade padece diante da fome e da guerra. Os tapetes de sangue se multiplicam odiosamente, enquanto crianças inocentes desfilam na infinita estrada da dor do luto, quer nas rédeas de estados neofascistas, quer nas rédeas do terrorismo em ascensão. Para o sociólogo e filósofo alemão da escola de Frankfurt, Jürgen Habermas:
“O terrorismo global é extremo tanto na falta de objetivos realistas quanto na exploração cínica da vulnerabilidade de sistemas complexos”.
Enquanto a morte prolifera de forma desenfreada no império da miserabilidade, a alma dos homens benevolentes é impiedosamente arrancada da essência do ser, e arremessada ao mar funesto das desigualdades sociais. Segundo Achille Mbembe, as desigualdades continuarão a crescer em todo o mundo, longe de alimentar o ciclo renovado de lutas de classe, onde os conflitos sociais tomarão cada vez mais, a forma de racismo, ultranacionalismo, sexismo, rivalidades étnicas e religiosas, xenofobia e outras paixões mortais.










































