Às vésperas da COP30, o astrofísico Ricardo Ogando, do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (MCTI), reforça uma mensagem urgente: a Terra é “a nossa única opção”. Ele está alinhado com o movimento global Astronomers for Planet Earth, que defende soluções práticas contra a emergência climática.
Em entrevista à Agência Brasil, em 25 de outubro de 2025, em Brasília, Ogando excluiu a possibilidade de a humanidade habitar um “Planeta B”, seja em um futuro próximo ou remoto.
“Nosso planeta é algo muito extraordinário mesmo”, explica Ogando, citando a complexa conjunção de fatores científicos, como a órbita, a presença de água líquida e o tipo de estrela, que tornam a Terra única.
Mais barato cuidar da Terra
Ricardo Ogando argumenta que nem mesmo Marte, o planeta vizinho com missões espaciais programadas, seria habitável. As barreiras não são apenas de infraestrutura, mas também financeiras.
“É muito mais barato ficar na Terra e cuidar dela. Essa é uma conta fácil de fazer”, diz o astrofísico.
Ele destaca que tentar manter a vida em Marte exigiria um estilo de vida totalmente artificial, com altos custos de energia e infraestrutura.
O astrofísico compara a Terra a um “videogame da vida no modo fácil, e sem direito a continuar. Você não tem mais ‘fichas no fliperama'”.
A Terra está “febril”
Segundo Ogando, do ponto de vista da ciência, o Planeta B passa por um processo de “inflamação” ou está “febril” devido à emergência climática e ao aumento da temperatura média.
Ele lembra que a humanidade, especialmente as comunidades mais vulneráveis, será afetada por episódios extremos, citando chuvas intensas no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro (Duque de Caxias) como exemplos recentes.
Para frear a degradação, o astrofísico defende que, além das atitudes individuais ambientalmente conscientes, são necessárias políticas públicas e regulação que ataquem a raiz do problema, como a fabricação de itens maléficos ao meio ambiente.
A entrevista completa com Ricardo Ogando fará parte do podcast S.O.S! Terra Chamando!, uma parceria da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e da Fundação Oswaldo Cruz, que estreia em 3 de novembro na Rádio MEC.









































