A suscetibilidade humana esfacela-se diante da truculência do poder político e da tecnocracia reinante que assola de forma clarividente os cenários da morte e da fome, como requisitos primordiais para as práticas exacerbadas de dominação e exclusão das minorias sociais marginalizadas no Brasil
A impunidade perniciosa e pugnaz, consola a mendacidade criminosa de milícias e grupos de extermínio que atuam no labéu da desonra pública e à revelia da lei. O malogro do poder público gera o racismo de estado, e condena os rebentos da fome a se alojarem definitivamente na cova fúnebre como derradeira morada.
Para o filósofo camaronês, Archile Mbembe: O sistema capitalista é baseado na distribuição desigual da oportunidade de viver e de morrer. No mesmo sentido, o filósofo e psiquiatra francês, Frantz Fanon, nos informa que:
“A cidade do colonizado é um lugar malfadado, povoado de homens malfadados. Aí se nasce não importa onde, não importa como, morre-se não importa onde, não importa de quê. É um mundo sem intervalos, onde os homens estão uns sobre os outros e as casas umas sobre as outras. A cidade do colonizado é uma cidade faminta, faminta de pão, de carne, de sapatos, de carvão e de luz”.
É diante das mortes anunciadas, onde o pobre é julgado, condenado e morto por uma espécie de “tribunal dos justiceiros, que surgiu, dentre outros, os nefastos conceitos da necropolítica e do necropoder. Para o eminente filósofo, Fanon, viver sob a ocupação contemporânea, é experimentar uma condição permanente do viver na dor.
Sejamos verdadeiros: quem sente a dor da fome nas relações de classe? A nossa fronteira diz tudo: miseráveis de um lado e famintos do outro. Segundo Mbembe:
“A política se converterá na luta de rua e a razão não importa. Nem os fatos. A política voltará a ser um assunto de sobrevivência brutal em um ambiente ultracompetitivo”.
É uma geo-história de milenar competição que aborda um mundo desleal entre a riqueza e a fome num abusivo cenário capitalista onde mora o patíbulo dos inocentes e a necropolítica dos pobres.







































