O Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br), vinculado ao Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), lançou nesta terça-feira (21) o guia “Internet com Responsa Só para Adolescentes: Proteção no Uso da Internet”. O material foi apresentado durante o 10º Simpósio de Crianças e Adolescentes na Internet, em São Paulo.
O objetivo do guia é fornecer dicas para que os jovens naveguem de forma segura, crítica e equilibrada no ambiente online. A cartilha, disponível gratuitamente na internet, trata de temas essenciais como privacidade, desinformação, saúde mental, inteligência artificial e cyberbullying.
Elaboração baseada na escuta de jovens
O material foi produzido após a realização de escutas com crianças e adolescentes de 9 a 17 anos em todas as regiões do Brasil. Mariana Venâncio, advogada do NIC.br, destacou que o projeto representa um avanço na conscientização e proteção dos jovens no ambiente digital, sendo uma ferramenta poderosa para orientar o uso seguro e responsável das tecnologias.
Harika Merisse Maia, diretora de Projetos da Rede Conhecimento Social, explicou que a conversa com os jovens permitiu trazer as suas próprias perspectivas para o guia. Essa escuta revelou comportamentos como o uso de contas dos pais por crianças de 9 a 11 anos para jogos offline ou vídeos, enquanto os adolescentes de 12 a 17 anos já usam o celular para compras, redes sociais e até apostas.
“Os jogos são a principal porta de entrada para as redes sociais e para a internet como um todo. E, quando se fala de adolescentes, eles estão muito mais expostos a conteúdos que não são adequados como, por exemplo, jogos de azar,” alertou Harika.
Recomendações dos próprios adolescentes
Curiosamente, as recomendações para o uso seguro da internet foram levantadas pelos próprios adolescentes durante as entrevistas. Entre as sete sugestões, a mais notável é o pedido por um tempo limite para o uso da internet.
As demais recomendações incluem:
Acompanhamento e orientação conforme a faixa etária;
Estabelecimento de regras de maneira dialogada;
Apresentação de exemplos de uso inadequado e suas consequências;
Garantia de um espaço seguro para que possam pedir ajuda e orientação;
Proposição de mais atividades interativas fora das telas.
Harika Merisse Maia ainda esclareceu que os jovens não se importam que os pais saibam o que eles estão fazendo. “O problema é eles sentirem que a privacidade foi, de alguma forma, ultrapassada”, concluiu a diretora.