Os bastidores da política rondoniense começaram a esquentar com os primeiros movimentos rumo à sucessão estadual de 2026. E como toda boa partida de xadrez político, há peões se achando reis, rainhas tentando aprender a mover-se e cavalos tropeçando nas próprias patas.
Juliana Cassol — a candidata por hereditariedade
A principal aposta do ex-governador e ex-senador Ivo Cassol é doméstica: a filha Juliana Cassol, influencer digital, que entende de filtros, hashtags e engajamento, mas de política, sinceramente, parece entender tanto quanto um peixe entende de bicicleta.
Juliana surge como a “herdeira” de um capital político que, convenhamos, Ivo nunca conseguiu transferir para ninguém, nem para um suplente de confiança. Cassol sempre foi um fenômeno eleitoral de si mesmo, e acreditar que votos são hereditários é o mesmo que achar que curtidas no Instagram viram votos na urna eletrônica.
Dr. Hildon Chaves — o ex-prefeito que tenta recarregar o mandato
O ex-prefeito de Porto Velho, Dr. Hildon Chaves, até ensaiou que poderia disputar o governo, mas anda mais isolado que vereador de oposição em festa da base aliada.
Nos bastidores, já há quem diga que Hildon está reconsiderando a rota e deve fazer uma “readequação de carreira”: trocar a ambição de governador por uma candidatura a deputado federal.
Mas o problema é que os irmãos Carvalho, Mariana e Maurício, ainda não decidiram qual caminho vão seguir. Com os dois na mesma estrada política, o PSDB corre o risco de transformar o projeto de poder em um engarrafamento partidário.
Adailton Fúria — o prefeito que tenta furar a bolha
De Cacoal, a “Capital do Café”, o prefeito Adailton Fúria tenta se mostrar um candidato competitivo ao governo, mas o problema é que o eleitor da capital ainda o confunde com um novo sabor de café solúvel.
Fúria é um bom gestor, tem discurso e carisma, mas sofre da síndrome do interiorano em busca de holofotes da BR-364 pra cima. Tem feito várias agendas em Porto Velho tentando aparecer, mas por enquanto é mais conhecido nos bastidores do que nas ruas. Vai precisar correr, e muito, para ser lembrado quando o eleitor for escolher entre os nomes de sempre.
Confúcio Moura — o mestre do suspense
Enquanto isso, o senador Confúcio Moura, com seu estilo sereno e frases enigmáticas, finge que não quer, mas quer.
Seu partido, o MDB, já anunciou que terá candidato ao governo. Só falta avisar ao próprio Confúcio, que mantém o suspense até o último segundo, como quem guarda o tempero secreto de um caldo político requentado.
Conhecendo o senador como eu conheço, ele só deve confirmar a candidatura quando o relógio bater 23h59 do último dia do prazo de registro eleitoral.
Samuel Costa — a esquerda que insiste
Na esquerda, Samuel Costa volta ao jogo. Persistente, acredita que insistência é sinônimo de resistência.
Deve novamente carregar a bandeira da esperança vermelha, mesmo que ela esteja meio desbotada nas urnas de Rondônia.
Mas é inegável: Samuel é coerente, não foge da luta e mantém acesa a chama da oposição, mesmo que às vezes pareça uma vela lutando contra um vendaval de pragmatismo.
Alex Redano — o nome que pode descongelar o jogo
Quem também começa a aparecer como nome forte é o presidente da Assembleia Legislativa, Alex Redano, que anda se olhando no espelho e enxergando um governador em potencial.
Tem estrutura, tem presença no interior e, principalmente, tem sede de poder, e isso, convenhamos, é o primeiro requisito para qualquer candidatura séria em Rondônia.
Nos bastidores, já é tratado como “a grande surpresa”, o que, em política, costuma ser o código para “estou conversando com todo mundo, mas ainda não decidi com quem vou trair primeiro”.
Sérgio Gonçalves — o vice que não será
Por fim, o vice-governador Sérgio Gonçalves vive de esperança: a de que Marcos Rocha renuncie em abril de 2026 para permitir que ele assuma o governo para poder funcionar a máquina pública em seu favor para se lançar candidato.
Mas, segundo os bastidores, Rocha vai até o fim do mandato, o que deve deixar Gonçalves com o mesmo semblante de quem preparou a festa, comprou o bolo e descobriu que o aniversariante não vai.
Conclusão
O jogo ainda está longe do fim, mas o tabuleiro já está montado. Entre herdeiros de sobrenome, ex-prefeitos ressabiados, senadores meditativos e vices esperançosos, o eleitor rondoniense terá em 2026 um cardápio variado, mas com muitos pratos requentados.
E como sempre, a política de Rondônia segue servida com aquele tempero caseiro de ambição, vaidade e uma pitada generosa de sarcasmo da vida real.