Rondônia vive um momento de expansão na pecuária leiteira e, nesse cenário, a raça Jersey ganha espaço pela docilidade, eficiência e qualidade do leite. Em bate-papo no Momento Agro, o produtor Schubert contou a trajetória que o trouxe ao estado e explicou por que aposta na Jersey como um caminho de rentabilidade sustentável ao pequeno produtor.
Segundo ele, a decisão de investir em Rondônia passou por custo de terra, oferta de áreas entre 50 e 100 hectares e potencial de crescimento. Os maiores obstáculos, entretanto, foram mão de obra, logística e insumos caros, desafios que, afirma, não inviabilizam o negócio quando se aplica gestão profissional: medir custos, produtividade por vaca, consumo de ração e adubação de pastagens.
Ao comparar raças, Schubert destaca que a Jersey alia docilidade e segurança de manejo (úbere bem conformado, casco resistente, boa resposta ao calor com “pelo zero”) a um leite com mais sólidos, o que rende mais queijo e derivados por litro. Para ele, isso muda a equação do produtor: “produzir mais com menos área”, aumentando margem sem abrir novas fronteiras.
No rebanho, defende ciclo longo: vacas ultrapassando a quinta cria chegam ao pico de lactação e tornam-se mais lucrativas. Por isso, recomenda evitar a compra de vaca parida já em produção (queda de desempenho na troca de ambiente) e priorizar novilhas com tempo de adaptação. Sobre bezerros, sugere desmame aos 3 meses e uso de sêmen sexado para ampliar o número de fêmeas.
Schubert também oferece suporte técnico a clientes, do WhatsApp a visitas, para reduzir erros comuns e acelerar resultados. Para ele, o estado tem grande potencial: muitos laticínios, consumo elevado de lácteos e espaço para integrar melhor indústria e produtor. O recado final é simples: informação, disciplina e números na mesa. Sem medir, não há decisão; sem decisão, não há lucro.