O projeto Meninas Negras na Ciência, uma iniciativa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), está com as inscrições abertas para a sua nova edição. O programa de dez meses busca estimular o protagonismo juvenil. O objetivo é ampliar a presença de jovens negras nas áreas de ciência e tecnologia.
As interessadas têm até o dia 5 de outubro para se inscrever. O edital completo pode ser consultado no Portal da Fundação, e a inscrição deve ser feita por meio de formulário online. A matéria foi publicada em 1º de outubro de 2025.
Requisitos para as Meninas Negras na Ciência
O projeto é direcionado a 25 meninas que se autodeclarem negras (pretas ou pardas), cis ou trans. A idade exigida é entre 15 e 19 anos. Três dessas vagas são reservadas para participantes com deficiência.
As candidatas devem estar matriculadas em escolas públicas. Elas precisam cursar o 1º ou 2º ano do ensino médio (regular, técnico integrado ou EJA) nos turnos da tarde ou da noite. É necessário residir nos territórios de Manguinhos, Maré, Jacarezinho, Complexo do Alemão ou São Cristóvão, comunidades da zona norte da cidade do Rio de Janeiro.
Foco na Vulnerabilidade Social
Esse público foi escolhido por estar em situação de vulnerabilidade social. Historicamente, essa parcela da população é invisibilizada nas áreas de ciência e tecnologia. O projeto busca, assim, promover o acesso a esses espaços. A iniciativa valoriza trajetórias, saberes e potencialidades que muitas vezes são ignorados.
Formação e Suporte
As participantes terão acesso a uma jornada com diversas atividades. O programa inclui rodas de conversa, cine-debates e palestras. Serão realizadas oficinas temáticas e visitas a laboratórios de pesquisa, centros culturais e museus. A jornada será encerrada com um evento sociocultural.
Para garantir a permanência e o pleno envolvimento em todas as atividades, o projeto oferece suporte. As jovens receberão tablets e uma bolsa permanência durante todo o período. As atividades serão presenciais ou online.
A coordenadora de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas (Cedipa), Hilda Gomes, destacou o potencial da edição. “Estamos muito animadas com esta edição do projeto, que conta com novos parceiros e tem potencial para transformar a vida de muitas jovens”, afirmou.
Ela ressaltou que será construída uma rede de trabalho colaborativa com cientistas negras. O intuito é apresentar às participantes os espaços de aprendizado da Fiocruz e as possibilidades nos campos da ciência, da saúde e da tecnologia.
Impacto da Iniciativa
O projeto Meninas Negras na Ciência foi idealizado em 2017 pelas educadoras Hilda Gomes e Aline Pessoa. Ele nasceu como uma estratégia de diálogo e incentivo a jovens negras do ensino médio, moradoras de comunidades. Desde sua criação, já beneficiou mais de mil pessoas.
Ao valorizar a diversidade de perspectivas no campo da pesquisa, a iniciativa contribui para a inovação na ciência. O projeto promove o empoderamento e fortalece o protagonismo da juventude negra periférica.