Representantes do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD) assinam, nesta terça-feira (30) de setembro de 2025, um termo de parceria para aprimorar a gestão e a prestação de serviços públicos por meio da inteligência artificial (IA). O anúncio foi feito pelo repórter Alex Rodrigues em Brasília.
O acordo prevê um investimento de R$ 390 milhões ao longo dos próximos quatro anos. Os recursos virão do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que é gerido pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Esse montante será usado para custear a criação de plataformas de IA generativa.
Otimização e Personalização dos Serviços
As plataformas de inteligência artificial terão a missão de otimizar os serviços públicos, facilitando a interação entre cidadãos e a administração. Uma das principais aplicações será catalogar e integrar o grande volume de informações que estão espalhadas em diferentes bases de dados sociais, como o Cadastro Único (CadÚnico) e órgãos de saúde e educação.
O objetivo final do projeto é ambicioso, como explica o secretário nacional de Governo Digital, Rogério Mascarenhas. “Desde o princípio, buscamos um trabalho de personalização, de foco na melhoria dos serviços”, afirmou. A meta é criar “um governo para cada pessoa”, utilizando a IA para qualificar e proteger as informações.
Mascarenhas citou um exemplo prático: o poder público poderá usar a tecnologia para enviar mensagens personalizadas, informando a um cidadão, ou a seu filho, sobre uma vacina específica que precise ser tomada a partir de uma determinada data.
Projeto Inspire e Segurança de Dados
O projeto conjunto foi batizado de Inspire (Inteligência Artificial no Serviço Público com Inovação, Responsabilidade e Ética). Ele se insere no Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), uma iniciativa macro que prevê investimentos federais de R$ 23 bilhões até 2028.
O CPQD, executor do projeto, é uma fundação de direito privado. O diretor de Inovação e Empreendedorismo do centro, Paulo José Pereira Curado, garante que todas as informações serão tratadas com rigorosos padrões de segurança. A instituição irá respeitar a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e as diretrizes de ética, governança e soberania digital que norteiam o plano federal.
Para acelerar o desenvolvimento, o CPQD já está investindo na montagem de novas estruturas de processamento gráfico em Campinas (SP) e na capacitação de cerca de 200 profissionais, buscando mobilizar uma grande quantidade de especialistas para o desafio.