O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta terça-feira (23), durante a abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que o uso da força em Gaza é “desproporcional e ilegal”. Ele condenou os ataques do Hamas, mas enfatizou que “nada, absolutamente nada, justifica o genocídio em curso em Gaza”.
Lula disse que a tragédia na região, com a morte de milhares de inocentes, é uma prova de que o Direito Internacional Humanitário e a superioridade ética do Ocidente estão “sepultados”. O presidente acusou que o massacre não ocorreria sem a cumplicidade dos países que poderiam evitá-lo.
Apoio a judeus e solução para a paz
Em seu discurso, Lula expressou admiração aos judeus que, em Israel e em outras partes do mundo, se opõem à “punição coletiva”. O presidente ressaltou que o povo palestino corre o risco de desaparecer e que a única solução para sua sobrevivência é a criação de um Estado independente, uma proposta que, segundo ele, é apoiada por mais de 150 membros da ONU, mas bloqueada por um “único veto”.
Comentários sobre a Ucrânia
Lula também abordou o conflito entre Rússia e Ucrânia, afirmando que a solução não virá por meios militares. Ele mencionou que o recente encontro no Alasca trouxe esperança para um acordo e defendeu que grupos de diálogo, como a Iniciativa Africana e o grupo Amigos da Paz (criado por China e Brasil), contribuam para promover uma solução negociada.