O número de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil no Brasil teve uma redução de 21,4% em oito anos. A constatação é de uma edição especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 19 de setembro de 2025. O total, que era de 2,1 milhões de pessoas de 5 a 17 anos em 2016, caiu para 1,65 milhão em 2024.
A pesquisa também mostra que a proporção de jovens nesse cenário diminuiu de 5,2% para 4,3% no período. No último ano, houve uma pequena oscilação de 2,1% no número de pessoas em situação de trabalho infantil em relação a 2023. No entanto, o analista do IBGE Gustavo Geaquinto Fontes relativizou o aumento, classificando-o como uma variação não acentuada e que não quebra a tendência de queda observada ao longo dos anos.
Perfil do trabalho infantil no país
O levantamento do IBGE aponta que a maioria das crianças e adolescentes no trabalho infantil têm entre 16 e 17 anos, correspondendo a 55,5% do total. O perfil desses jovens também é majoritariamente masculino (66%) e composto por pessoas pretas ou pardas (66,6%).
A Pnad Contínua também revela que a remuneração média para essa população foi de R$ 845 mensais em 2024, e a maior parte trabalhava até 14 horas por semana. Os setores com maior absorção da mão de obra infantil são o comércio, a agricultura e os serviços de alojamento e alimentação. O estudo, baseado em orientações da Organização Internacional do Trabalho (OIT), considera trabalho infantil atividades perigosas, prejudiciais à saúde e ao desenvolvimento, além de informais ou com jornadas excessivas.