A pavimentação da RO-420, executada pelo Governo de Rondônia por meio do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem e Transportes (DER-RO), é considerada estratégica para o desenvolvimento regional. A rodovia liga os municípios de Nova Mamoré e Buritis, funcionando como eixo de mobilidade e escoamento da produção agropecuária, além de fortalecer a malha viária do estado.
Mas, junto ao avanço em infraestrutura, a obra também envolve responsabilidade cultural: a preservação do patrimônio arqueológico existente na região. Conforme determina a legislação brasileira, qualquer empreendimento precisa atender às exigências de licenciamento ambiental, que incluem estudos voltados à proteção de bens culturais. O processo é orientado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Os estudos arqueológicos realizados na RO-420 representam uma etapa primordial para a continuidade da obra. A análise em campo permite identificar possíveis sítios, escavações futuras e, posteriormente, a emissão das licenças necessárias. Dessa forma, o desenvolvimento socioeconômico se concilia com a preservação da memória cultural.
O governador de Rondônia, Marcos Rocha, destacou a importância do equilíbrio entre progresso e preservação. “Quando levamos obras para a população, trabalhamos olhando além do presente, preservando a memória histórica e cultural do estado. A pavimentação da RO-420 vai melhorar a vida das pessoas, mas também respeita o passado daqueles que viveram nessa região”, afirmou.
Durante as pesquisas, equipes do DER-RO localizaram fragmentos de cerâmica arqueológica às margens da rodovia. Para o diretor-geral do órgão, Eder André Fernandes, o trabalho reforça o compromisso da gestão com a valorização da identidade regional. “Cumprimos todas as orientações do Iphan, porque entendemos que é possível avançar sem deixar de respeitar o patrimônio cultural”, ressaltou.
O arqueólogo responsável pelas pesquisas, Igor Andryanws, explicou a relevância dos achados. “Um sítio arqueológico reúne sinais de atividades humanas, desde fragmentos cerâmicos até estruturas que revelam modos de vida antigos. Cada vestígio é essencial para entendermos como esses povos se organizavam. Também ouvimos as comunidades locais, porque o patrimônio cultural é feito de memórias vivas que precisam ser valorizadas”, destacou.
Rondônia abriga bens culturais diversos, entre sítios arqueológicos, festas populares, monumentos, igrejas e praças. A arqueologia permite compreender como viviam os povos do passado, seus costumes, formas de alimentação, práticas religiosas e expressões artísticas, preservando a identidade histórica do estado.