A mostra online Rastros da Experimentação Negra Contemporânea disponibilizou gratuitamente 14 filmes de realizadores negros, incluindo longas, médias e curtas-metragens. A exibição, que está na plataforma de streaming SPcine Play, aborda temas como negritude, gênero e sexualidade com uma abordagem experimental de vanguarda. A curadoria do projeto é do jornalista e professor Heitor Augusto.
Os 14 filmes da mostra, que incluem produções do Brasil, Estados Unidos, Etiópia, Reino Unido e Somália, são divididos em quatro eixos temáticos: Movimento, Casa, Ritmo e Nossa Gente. O eixo “Movimento” explora a liberdade e as limitações impostas pelo racismo, enquanto o “Casa” dialoga com conceitos de identidade e morada. Já o eixo “Ritmo” reflete sobre saúde mental e a experiência da diáspora, e o “Nossa Gente” foca na vivência em comunidade.
Em entrevista à Agência Brasil, Heitor Augusto, o curador, ressaltou que a mostra permite que a população negra, especialmente a periférica, possa “sonhar e imaginar para além da realidade” e ter suas questões validadas. Ele destacou filmes como “Por que não ensinaram as bixas pretas a amar?” e “Rito de beleza” por darem nome aos problemas enfrentados pela população negra.
Augusto também comentou a intersecção entre gênero e raça. Ele explicou que a inclusão de filmes que abordam a questão de gênero e são dirigidos por mulheres não é uma benevolência, mas um ato de atenção curatorial, já que é impossível dissociar a produção audiovisual negra contemporânea dessas questões. Para ele, a ampliação do imaginário sobre a pessoa negra é fundamental para a luta antirracista. Como indicação para quem está começando a se aprofundar nos temas, o curador sugere o filme “Rito de Beleza” por abordar questões de trauma intergeracional e autoaceitação.