O Governo do Brasil lançou nesta segunda-feira (15), em Brasília, o Deter Não Floresta (Deter NF), sistema desenvolvido em parceria entre o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A nova ferramenta representa um avanço no monitoramento e combate ao desmatamento no país.
Com o Deter NF, todo o bioma Amazônia passa a ter monitoramento diário da cobertura de terra, ampliando a atuação do Deter, que até então emitia alertas focados apenas no corte raso em áreas de floresta primária.
Como funciona o Deter NF
A tecnologia utiliza inteligência artificial e imagens de satélite para detectar alterações em formações não florestais, como savanas, campos naturais e áreas de transição — que representam cerca de 20% do bioma.
Os alertas são processados diariamente e indicam indícios de desmatamento, mineração, queimadas ou outras atividades irregulares. As informações ficam disponíveis ao público na plataforma TerraBrasilis, garantindo transparência e acesso livre.
Avanço no combate ao desmatamento
Antes, o monitoramento diário se restringia às áreas de floresta densa. Agora, órgãos como o Ibama e as polícias ambientais estaduais terão dados em tempo quase real sobre 100% da Amazônia Legal.
O secretário extraordinário de Controle do Desmatamento do MMA, André Lima, destacou que o sistema fecha uma lacuna crítica.
“Onde antes tínhamos um vazio de informação diária, agora temos transparência e agilidade. Isso democratiza o acesso à informação e fortalece imensamente a ação do Estado”, afirmou.
O coordenador do programa BiomasBR do INPE, Cláudio Almeida, ressaltou que o Deter NF é fruto de anos de pesquisa.
“Aplicamos métodos de inteligência artificial para criar um sistema robusto e confiável que atende a uma necessidade urgente de proteção de todos os ecossistemas do bioma”, explicou.
Meta de expansão
Atualmente, os alertas do Deter já cobrem 75% do território nacional. O objetivo é expandir a cobertura para os biomas Mata Atlântica, Caatinga e Pampa, que ainda não contam com monitoramento diário.
Resultados recentes
Dados divulgados pelo INPE mostram que, em agosto de 2025, houve redução significativa na supressão de vegetação:
- Amazônia Florestal: -36,6% em relação a agosto de 2024
- Cerrado: -27,3%
- Pantanal: -16,8%
- Áreas Não Florestais da Amazônia: +8%
- Os números estão disponíveis no portal TerraBrasilis.