O ator Wagner Moura criticou a postura do governo de Donald Trump em relação aos imigrantes sem documentos. Vivendo em Los Angeles, nos Estados Unidos, há sete anos, o artista disse que há um “horror” e que os imigrantes estão com medo. “Eles atacam a pessoa na rua por uma identificação visual e racial. Se o cara não tiver o documento, o cara não volta para casa nunca mais”, afirmou o ator em entrevista à BBC News Brasil.
A queixa do brasileiro é ecoada por grupos de defesa de imigrantes, que acusam os órgãos de imigração de usar critérios raciais para abordar as pessoas. O ator considera que os Estados Unidos “deixaram de ser mesmo uma democracia e começaram a ser um país com tendências autoritárias evidentes”, uma avaliação que ele também fez ao comparar o cenário americano com o brasileiro.
Wagner Moura também falou sobre a democracia e a condenação de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, que foi recebida com euforia no Brasil. O ator, por outro lado, disse que a passagem de seu filme, O Agente Secreto, por festivais americanos, o fez sentir uma “certa tristeza” e “quase uma inveja” dos americanos, que viram Donald Trump ser absolvido e reeleito presidente em 2024, apesar de ter sido acusado de liderar uma rebelião contra o resultado eleitoral de 2020.
Além de sua postura política, o ator comemorou a estreia de O Agente Secreto no Recife, onde foi recebido calorosamente. Ele se declarou “baiano-pernambucano” por ter nascido em Rodelas, na fronteira com Pernambuco. O filme, que já passou por festivais na Polônia, Austrália e Nova Zelândia, também venceu os prêmios de melhor diretor e melhor ator no Festival de Cannes.