O Prédio do Relógio, um dos marcos históricos e culturais de Porto Velho, completa 75 anos em 2025. Inaugurado em 15 de janeiro de 1950, a construção abrigou a administração da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM) e hoje é a sede oficial da Prefeitura.

O projeto arquitetônico, assinado pelo arquiteto Armando Costa, do Rio de Janeiro, foi inspirado no formato estilizado de uma locomotiva. Com dois pavimentos e 1.500 metros quadrados de área construída, o prédio é um dos representantes do estilo Art Déco na capital rondoniense.
Segundo o historiador Aleks Palitot, a concepção simboliza a modernidade da primeira metade do século XX. “Se você olhar de frente, verá que ele lembra uma locomotiva: a sala do maquinista é onde fica o prefeito, a caldeira abriga algumas secretarias e a chaminé é a torre do relógio”, explica.
O relógio e os vitrais
Localizado na esquina das avenidas Farquar e Sete de Setembro, o prédio ganhou o nome popular por conta de sua torre com um relógio francês Jacques Perret, adquirido em 1949. Durante anos, foi referência de horário para a população e chegou a ser conectado a um sino que tocava a cada 15 minutos. Após mais de duas décadas parado, voltou a funcionar recentemente.
Outro destaque é o conjunto de vitrais na entrada principal, que retrata os ciclos econômicos da região: a ferrovia Porto Velho–Guajará-Mirim, o rio Madeira, indígenas, seringueiros, fauna e flora amazônica, além da imagem de uma locomotiva.
Galeria e memórias

No salão nobre, uma galeria inaugurada em 2019 reúne fotografias de prefeitos e administradores da cidade, em ordem cronológica, desde o período em que Porto Velho pertencia ao Amazonas até a atualidade.
Após a EFMM, o prédio abrigou diferentes órgãos, como a presidência do Banco do Estado de Rondônia (Beron), a Fundação Cultural e Turística (Funcetur) e a Biblioteca Pública Estadual Dr. José Pontes Pinto. Desde 2019, é sede da Prefeitura de Porto Velho e da Secretaria-Geral de Governo (SGG).
Com sua história marcada por transformações, o Prédio do Relógio se mantém como símbolo da memória coletiva e do patrimônio arquitetônico da capital rondoniense.