O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quinta-feira (11) que os atos de 8 de janeiro de 2023 não podem ser vistos como um “domingo no parque”. A declaração foi feita em um aparte ao voto da ministra Cármen Lúcia, durante o julgamento de Bolsonaro e seus sete aliados pela trama golpista. Moraes reforçou que não é possível desassociar os ataques à democracia, que ele afirma terem começado em 2021, do episódio.
Ele destacou que o evento não foi “uma combustão espontânea” ou um ato de “baderneiros descoordenados”. Moraes reiterou que o ex-presidente Jair Bolsonaro atuou como líder da organização golpista e exibiu um vídeo de um discurso do ex-mandatário contra o STF.
Divergência com o voto de Luiz Fux
A manifestação de Moraes contrasta com o voto do ministro Luiz Fux. Na sessão anterior, Fux absolveu Bolsonaro e cinco aliados, alegando que o ex-presidente apenas “cogitou medidas” e que a “cogitação não é suficiente” para a punição.
Fux classificou como “ilação” a suposta ligação de Bolsonaro com os manifestantes que depredaram as sedes dos Três Poderes.
Réus no processo
Os oito réus no julgamento são:
Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice em 2022;
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.