O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quarta-feira, 10 de setembro de 2025, pela absolvição do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, um dos réus na ação sobre a tentativa de golpe de Estado. Para Fux, não há provas que liguem Torres à tentativa de golpe.
A decisão de Fux é contrária ao placar de 2 a 1 pela condenação de Torres e outros réus, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, pelos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino.
Argumentos da defesa
Apesar de a Polícia Federal ter encontrado a “minuta do golpe” na casa de Torres durante as investigações, o ministro Fux argumentou que o ex-ministro não tinha proximidade com militares e que não existem documentos, vídeos ou imagens que comprovem seu planejamento para o golpe.
Outra acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) era de que Torres, na época secretário de Segurança do Distrito Federal, teria se ausentado de Brasília durante os atos de 8 de janeiro. Fux, no entanto, considerou que Torres havia avisado antecipadamente sobre suas férias e que a responsabilidade do policiamento era do comandante da Polícia Militar.
O ministro também rebateu a acusação de que Torres teria direcionado operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para prejudicar eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva no Nordeste durante o segundo turno das eleições de 2022. Para Fux, não há evidências concretas de que isso tenha ocorrido.