O Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO) realizou, neste domingo (7/9), uma fiscalização em quatro hospitais gerenciados pelo Estado: João Paulo II, Hospital de Retaguarda, Cemetron e Hospital de Base Ary Pinheiro. A ação teve como objetivo avaliar de perto a qualidade do atendimento oferecido à população e as condições de trabalho dos profissionais de saúde, reforçando o papel do Tribunal de induzir melhorias reais no sistema público.
No Pronto-Socorro João Paulo II, os auditores constataram falhas graves: equipamentos de tomografia e ultrassonografia sem funcionamento, falta de medicamentos e insumos básicos. O corpo técnico também identificou escalas com profissionais ausentes. “A atuação do TCE-RO é muito importante para ver como estão sendo tratados os pacientes e acompanhantes”, disse Suenilda Nilas Cerqueira, acompanhante.
No Cemetron, a fiscalização verificou avanços: escalas organizadas, ambientes limpos, resíduos descartados corretamente e exames laboratoriais em dia. “A fiscalização é muito boa porque está melhorando muito. Para o que era antes, agora está muito bom mesmo. O Cemetron está muito bonito!”, comentou a aposentada Rita Cordeiro Teixeira, que visitava um vizinho internado. Apesar da melhora, a falta de profissionais preocupa. Na clínica feminina, por exemplo, 12 pacientes eram atendidos por apenas dois técnicos de enfermagem.
No Hospital de Retaguarda, as falhas apontadas em fiscalizações anteriores começaram a ser corrigidas. Persistem, no entanto, problemas relacionados à falta de medicamentos e à insuficiência de profissionais. “É importante ter uma fiscalização, para estar acompanhando, porque o dia a dia passa e ninguém sabe o que acontece”, afirmou Manoel Setuba da Silva, acompanhante.
Já no Hospital de Base Ary Pinheiro, foram observadas deficiências na Clínica de Cardiologia e nas UTIs. Camas novas já apresentavam defeitos, colchões estavam afundados, havia falta de equipamentos de monitoramento e equipes de enfermagem estavam abaixo do número necessário. “A fiscalização é boa porque podemos expor nossas dificuldades e buscar melhorias. Estão de parabéns”, declarou Flora Lemos de Farias Filha, enfermeira.
As fiscalizações reforçam a necessidade de medidas imediatas por parte da gestão estadual, garantindo a segurança assistencial, o cumprimento de protocolos e a integridade da infraestrutura hospitalar. “É o Tribunal de Contas fazendo a diferença na vida do cidadão”, destacou o secretário-geral de Controle Externo, Marcus Cézar Filho, que coordenou a ação.
Ainda nesta semana, o TCE-RO se reunirá com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) para apresentar os resultados. Caso as determinações não sejam atendidas, o Tribunal representará a gestão estadual. As fiscalizações vão continuar, sempre com rigor técnico e sensibilidade social, buscando induzir melhorias que assegurem mais dignidade no atendimento e melhores condições de trabalho para os profissionais de saúde.