A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ouviu nesta segunda-feira (1º) o depoimento de Eli Cohen, advogado que investigou descontos indevidos de mensalidades associativas nos benefícios de milhões de aposentados e pensionistas no Brasil. O depoimento, agendado para as 16h em Brasília, foi solicitado por parlamentares de diferentes partidos, incluindo o relator da CPMI, Alfredo Gaspar (União-AL), e os senadores Fabiano Contarato (PT-ES) e Rogério Marinho (PL-RN).
Cohen iniciou sua investigação em 2021, após ser procurado por um gestor de uma entidade autorizada a realizar os descontos. O senador Fabiano Contarato destacou que o advogado reuniu “provas documentais relevantes”, como mensagens e registros internos, que indicam o uso indevido de dados sigilosos de aposentados obtidos dos sistemas do INSS.
Fraude “endêmica” e objetivos da CPMI
O deputado Alfredo Gaspar afirmou que as apurações de Cohen já apontavam para uma fraude “endêmica”, e não apenas irregularidades isoladas. Já o senador Rogério Marinho considerou “imprescindível” que o advogado compartilhe sua experiência com a CPMI. Criada em agosto, a comissão tem 180 dias para investigar os descontos indevidos.
O plano de trabalho da CPMI inclui a investigação do funcionamento do esquema, a identificação dos envolvidos, a quantificação dos danos e a proposição de mecanismos para ressarcir os valores cobrados ilegalmente.