O ministro Alexandre de Moraes leu, na manhã desta terça-feira (2), o relatório final da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado. A suposta trama golpista teria como objetivo manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota nas eleições de 2022.
A leitura do relatório é o primeiro passo do julgamento, que deve ter a sentença final divulgada em 12 de setembro. Após o resumo, o presidente da Primeira Turma do STF passou a palavra ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, autor da denúncia, para sua sustentação oral.
O que diz a acusação
Em seu relatório, Moraes resumiu a versão da Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo a narrativa, o plano de ruptura institucional teria começado com uma reunião ministerial em julho de 2021. Na ocasião, Bolsonaro teria convocado seus auxiliares a atacar o sistema eletrônico de votação, sem apresentar provas.
A PGR aponta que essa ação buscava manter a base de apoiadores insatisfeita para criar a “comoção social” necessária para o golpe. A acusação menciona ainda a utilização de instituições como a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) como instrumentos para o plano.
O relatório também cita um planejamento detalhado, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o sequestro ou até mesmo assassinato de adversários. O plano, no entanto, não teria sido bem-sucedido devido à não adesão de comandantes do Exército e da Aeronáutica.