A Justiça da Itália decidiu nesta quinta-feira, 28 de agosto, manter a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), detida em Roma desde o mês passado. A decisão foi tomada pela Corte de Apelação de Roma, que avaliou o pedido de extradição do Brasil e as argumentações da defesa da parlamentar. Segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), a corte italiana considerou que há um claro risco de fuga, fator determinante para a manutenção da prisão preventiva.
A defesa da deputada alegava perseguição política e problemas de saúde como justificativas para sua liberação, mas a Corte de Apelação de Roma não as acatou. Os juízes apontaram que Zambelli não demonstrou ter interesses genuínos na Itália, citando inclusive seu desconhecimento do idioma local.
Além disso, a Corte considerou que os problemas de saúde apresentados, como o transtorno depressivo, não são graves o suficiente para justificar a libertação da prisão. A decisão reforça a posição do governo brasileiro, que solicitou a extradição da deputada.
Entenda a fuga e os processos contra a deputada
Carla Zambelli fugiu para a Itália em maio deste ano, após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão. A condenação foi resultado da invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida em 2023. De acordo com as investigações, Zambelli foi a mandante do crime, executado por Walter Delgatti.
O pedido de extradição foi formalizado pelo STF e enviado ao governo italiano em 11 de junho. A deputada, que possui dupla cidadania, foi presa em Roma em meio às investigações sobre sua fuga e extradição.
Na última semana, Zambelli recebeu uma segunda condenação do STF, desta vez por perseguir o jornalista Luan Araújo com uma arma de fogo em 2022. Por este episódio, ela foi sentenciada a cinco anos e três meses de prisão pelos crimes de porte ilegal de arma e constrangimento ilegal.