A pesquisadora Thelma Krug, líder do grupo de cientistas que assessora a delegação brasileira na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), expressou otimismo em relação aos resultados do evento, apesar dos grandes desafios. Em um debate no Rio de Janeiro, Krug, que já foi vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), defendeu a união e a esperança como forma de combater a crise climática.
Krug ressaltou a necessidade de uma “voz de esperança” para combater a exaustão provocada pelas notícias ruins sobre o clima. Ela defendeu um “mutirão” global para alcançar as metas da COP30, enfatizando que muitos avanços já foram feitos na última década.
Financiamento e multilateralismo
A cientista demonstrou preocupação com a manutenção do multilateralismo. Ela destacou a complexidade de se chegar a um consenso entre mais de 190 países com realidades e desafios climáticos distintos. Para Krug, o sucesso da conferência dependerá da união dos países e da capacidade de seguir em frente com a agenda climática, mesmo com as divergências.
Em relação ao financiamento, a pesquisadora sugeriu que a agenda climática não deve se concentrar somente nos recursos prometidos pelos países ricos. Segundo ela, essa expectativa pode travar o progresso. “O financiamento é importante, mas a gente não pode parar nessa expectativa de que o dinheiro vai vir. Eu não tenho esperança disso”, afirmou. A especialista defende que os países foquem em uma agenda mais ampla de ações, com temas como a transição energética e a agricultura, buscando avanços mais operacionais e práticos.