O Ministério Público Federal (MPF) enviou uma representação para que o Ministério Público do Acre (MPAC) investigue o desaparecimento do acervo do líder seringueiro e ambientalista Chico Mendes. Documentos e objetos de valor inestimável para a história da luta ambiental e social na Amazônia sumiram em 2019, após uma reforma na Biblioteca da Floresta, em Rio Branco, onde o acervo ficava guardado.
Para o procurador Lucas Costa Almeida Dias, que assinou o documento, a falta de informações sobre o paradeiro do acervo de Chico Mendes causa um prejuízo “iminente na memória coletiva” e um “dano concreto à coletividade”. O MPF ressalta que é competência do Ministério Público estadual investigar o caso.
A trajetória de Chico Mendes
Chico Mendes ganhou projeção nacional e internacional por sua atuação como líder sindicalista dos seringueiros do Acre. Ele defendia a preservação da floresta e a melhoria das condições de vida dos povos da Amazônia. Sua militância, iniciada nos anos 1970, o levou a ser agraciado com o prêmio Global 500, da Organização das Nações Unidas (ONU), pouco antes de seu assassinato.
O ambientalista foi morto a tiros em 22 de dezembro de 1988, em sua casa em Xapuri (AC). O assassino, Darci Alves Pereira, e seu pai, Darly Alves da Silva, foram condenados a 19 anos de prisão pelo crime em 1990.