A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou suas alegações finais ao Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando a absolvição de seu cliente na ação penal que investiga a trama golpista. Os advogados do ex-presidente negam que ele tenha promovido um golpe de Estado ou participado dos atos de 8 de janeiro, sustentando que não existe “uma única prova” que o vincule aos eventos. A manifestação foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo.
A defesa criticou a forma como o caso tem sido tratado, classificando-o como “inusitado”. Segundo os advogados, os réus já são vistos como culpados antes mesmo da apresentação da defesa, com uma grande parte da imprensa interessada apenas na pena a ser imposta. O documento também questiona a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, chamando-a de “manipulada” e “imprestável”.
Próximos passos e acusações contra os réus
A entrega das alegações finais de Bolsonaro e de outros seis aliados marca a última etapa antes do julgamento. Após receber todas as manifestações, o ministro Alexandre de Moraes deverá liberar o processo para julgamento. A expectativa é que o julgamento do chamado “núcleo crucial” da denúncia ocorra em setembro, na Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Luiz Fux, além do próprio Moraes.
Os réus, incluindo os ex-ministros Anderson Torres, Alexandre Ramagem, Augusto Heleno e Walter Braga Netto, respondem por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, e golpe de Estado. Em caso de condenação, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.